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Em resposta às sanções impostas pelo Ocidente, governo russo negociou com a China a compra e venda de petróleo em suas próprias moedas
Por Redação
O jornal econômico russo Kommersant noticiou, nessa quarta-feira (27), que a estatal energética russa Gazprom Neft acordou em negociar suas exportações de gás e petróleo em rublo russo ou yuan chinês, ignorando a moeda comum para a maioria das negociações internacionais, o dólar norte-americano.
De acordo com o periódico, a decisão de mudar a moeda aconteceu por conta das sanções impostas pelo Ocidente contra a Rússia, impulsionada pela crise na Ucrânia desde o início do ano. As sanções, lideradas pelos EUA, alvejavam os setores de defesa, finanças e energia da Rússia – com Washington persuadindo seus aliados a fazerem o mesmo, tentando convencer até mesmo a China. A decisão também tem como objetivo ser de proteção, uma vez que pagamentos internacionais em dólar norte-americano podem ser rastreados e controlados pelo governo dos EUA.
As 80 mil toneladas de petróleo virão do campo Novoportovskoye, no Ártico, e será “entregue” para a China através do oleoduto na Sibéria Oriental, que atende os mercados da Ásia-Pacífico (Japão, China, Coreia). Na semana passada, a Rússia usou dois petroleiros para a Europa, levando petróleo desse mesmo campo, e serão pagos em rublos.
Em maio, Rússia e China comunicaram a assinatura de um acordo histórico para compra e venda de 30 bilhões de metros cúbicos de gás anualmente, durante 30 anos, e também a construção de um gasoduto para exportar o gás russo para a China, com o dragão asiático emprestando dinheiro para sua construção e a Gazprom fazendo concessões de preço à China.