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O presidente eleito, Salvador Sánchez Cerén, da Frente Farabundo Martí Para Libertação Nacional (FMLN), negocia a participação de vários setores políticos para garantir maioria para o governo no parlamento
Por Nicolas Chernavsky, em culturapolitca.info
As eleições presidenciais de El Salvador, cujo segundo turno foi disputado no último dia 9 de março, terminaram com a vitória de Salvador Sánchez Cerén, da Frente Farabundo Martí para Libertação Nacional (FMLN), que derrotou no segundo turno Norman Quijano, da Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), por 50,11% a 49,89% dos votos. O mandato do novo presidente terá duração de 5 anos, sem direito a reeleição consecutiva. Ele substituirá na presidência Mauricio Funes, também da FMLN. El Salvador tem um sistema político presidencialista.
O parlamento, que é unicameral, tem 84 assentos, e é renovado a cada 3 anos. A última eleição parlamentar foi em 2012, e a perspectiva para o mandato de Cerén é a formação de um governo que inclua outros setores do parlamento além da FMLN, que tem 31 assentos. Assim, quanto ao espectro político, com essa eleição presidencial o governo de El Salvador se configura como de uma centro-esquerda progressista, enquanto que uma vitória de Quijano teria resultado em um governo de uma direita conservadora. El Salvador, localizado na América Central, tem uma população de aproximadamente 6,2 milhões de habitantes.
No contexto regional, a vitória da candidatura mais progressista em El Salvador significa um maior impulso na integração da América Central e da América Latina, além da continuidade da consolidação da democracia na região latino-americana, que sofreu um grave abalo com o golpe de Estado em Honduras em 2009, realizado principalmente pelos setores mais à direita do espectro político do país. Para reduzir a possibilidade de golpes de Estado realizados principalmente pela direita na região, seria essencial que a esquerda do espectro político latino-americano apoiasse a democratização de Cuba.
Com a vitória de Cerén em El Salvador, também tende a se aprofundar com maior intensidade a redução da pobreza no país, contribuindo para a acentuada redução da pobreza na América Latina verificada especialmente nos últimos 15 anos, quando o grau de progressismo dos governos latino-americanos aumentou significativamente, especialmente pela chegada ao poder de muitas forças políticas de esquerda que não podiam disputar eleições democráticas na época em que a região era dominada por ditaduras de direita, especialmente durante a Guerra Fria