As tentativas do sr. Ackman ilustram como Washington está crescentemente se tornando campo de batalha para os titãs financeiros de Wall Street, cujo interesse em influenciar políticas públicas é guiado primariamente pelo desejo de lucrar — parte de uma prática em expansão na capital, com corporações, firmas de advogados e lobistas estabelecendo unidades de inteligência política para recolher notícias que possam comercializar.Por enquanto, o sr. Ackman persuadiu quatro congressistas, um senador estadual de Nova York, um vereador de Boston e o líder da maioria no Senado estadual de Nevada, além de outras autoridades eleitas da Califórnia, a se juntar à sua causa. Importantes defensores dos consumidores de Washington, assim como líderes respeitados de comunidades hispânicas e afro-americanas, sob lobby da equipe do sr. Ackman, também escreveram cartas a autoridades exigindo ação [contra a Herbalife].
O sr. Ackman divulga entrevistas coletivas de imprensa e protestos para criar a imagem de que as paredes estão se fechando contra a Herbalife, uma empresa que não é estanha à controvérsia, cujas vendas no ano passado atingiram U$ 4,8 bilhões.
De um lado, uma empresa bilionária cujas vendas se assentam em promessas variadas de boa saúde.
De outro, um capitalista que pretende destruí-la para lucrar algum.
A realidade imita a ficção.
O capitalismo destrutivo nunca foi tão literal.
Se os produtos da Herbalife são de qualidade duvidosa não deveriam estar à venda, certo?
Em nome da saúde pública.
Mas isso, ao que parece, é o que menos importa.
Pelo menos nos Estados Unidos, autoridades estão sobre o muro a respeito, prontas para descer do lado que pagar mais.