Para lembrar o mundo da tragédia palestina, jovens ativistas usaram marretas para fazer um buraco em uma parte do muro israelense no vilarejo palestino de Bir Nabala - entre Jerusálem e Ramallah, na Cisjordânia, desafiando as duríssimas medidas de segurança de Israel.
O gesto é simbólico, pois nesse final de semana o mundo inteiro comemora os 25 anos da queda do Muro de Berlim, considerado o marco inicial do fim da Guerra Fria, levando ao colapso da União Soviética e, por fim, a reunificação da Alemanha. Durante seus 28 anos de existência, o chamado "muro da vergonha", serviu como um símbolo de opressão - assim como grande parte do mundo considera o muro que separa a Cisjordânia de Israel, sendo chamado como o "muro do apartheid", ou "muro da infâmia"
O Tribunal Internacional de Justiça afirmou dez anos atrás, que "a construção do muro, assim como o regime associado [governo israelense], são contrários à lei internacional".
Israel começou a levantar o muro em 2002, alegando à época que sua construção era crucial para a proteção de Israel, apontando que a queda no número de ataques dentro do território israelense como uma prova de seu sucesso. Ao passo que os palestinos afirmam que o "muro da infâmia" serve para roubar terras de seus territórios.
A ilegalidade e crueldade do muro é reconhecido até mesmo por israelenses: o Centro Israelense de Informação para Direitos Humanos já afirmou que sua construção "causou sofrimentos desnecessários ao povo palestino". Ele "cortou laços sociais e isolou vilarejos de suas terras agrícolas, privando cidadãos de manter sua sobrevivência".
Mesmo assim, os palestinos mantém a chama da esperança acesa e usam Berlim como exemplo: "Não importa o quão altas sejam as barreiras, elas cairão. Assim como o Muro de Berlim caiu, o muro palestino irá cair", lia-se em uma declaração dos ativistas palestinos que organizaram a ação simbólica.
Assista abaixo o vídeo: