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Manifestação uniu 86 municípios ontem (11) e estima-se que mais de um milhão e meio de pessoas participaram na iniciativa em defesa de um referendo já no próximo ano.
Por Esquerda.net
A iniciativa pretendia replicar a cadeia humana que em 1989 uniu a Estônia, Letônia e Lituânia pela independência em relação à ex-URSS. Mas a extensão da "Via Catalã" foi o dobro da do protesto báltico. Com o apoio dos partidos soberanistas, movimentos independentistas e das centrais sindicais, mais de um milhão e meio de pessoas – números divulgados pelo governo catalão no final do dia – ajudaram a unir a Catalunha de norte a sul pela independência, desde El Pertús - já em território francês - até Alcanar, perto de Tarragona.
Muitos milhares de pessoas encheram também as principais praças de Barcelona e cercaram a sede do banco La Caixa, num protesto para lembrar que não basta a independência catalã para que o povo possa viver melhor e ela de pouco vale se se mantiver o domínio do capital financeiro sobre a vida das pessoas.
[caption id="attachment_30904" align="alignleft" width="400"] Centenas de milhares foram às ruas pela independência da Catalunha (Foto Esquerda.net)[/caption]
Carme Forcadell, a presidenta da Assembleia Nacional Catalã, que convocou o protesto, sublinhou o êxito da iniciativa no discurso em Barcelona, defendendo "a liberdade e o direito à autodeterminação" para a Catalunha. "Não podemos nem queremos esperar mais", afirmou Forcadell, pedindo a "todas as instituições" que deem "todos os passos que façam da Catalunha um novo Estado da Europa".
Do lado do partido majoritário do governo catalão (CiU) veio a confirmação do compromisso por um referendo em 2014. "A partir de amanhã continuaremos com ainda mais razão, porque o mundo pôde hoje assistir que o que aconteceu no ano passado não foi por acaso", declarou o líder parlamentar da CiU, Jordi Turull, referindo-se à gigantesca manifestação que neste mesmo dia em 2012 juntou cerca de dois milhões de pessoas em Barcelona a favor da independência.
A proposta de referendo tem apoio parlamentar maioritário na Catalunha, mas o governo de Madri insiste que essa consulta violaria a Constituição. O braço de ferro entre o PP e os catalães irá continuar nos próximos meses, já que esta nova demonstração de força nas estradas da Catalunha colocou de novo na agenda a necessidade de ouvir o povo sobre o seu próprio futuro. O partido independentista ERC, que ultrapassou o PS catalão nas últimas eleições, já afirmou que deseja que a data do referendo seja marcada para a primeira quinzena de setembro de 2014, uma semana antes dos escoceses também decidirem em referendo se querem passar a ser uma nação independente.