Manifestação ocorreu nas principais cidades do país organizada pelo movimento "Que se Lixe a Troika"
No Opera Mundi
[caption id="attachment_21869" align="alignleft" width="300"] Manifestantes pediram a demissão do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (Foto: Mario Cruz / Lusa)[/caption]Sob coro intenso da canção “Grândola, Vila Morena”, hino da Revolução dos Cravos, centenas de milhares de portugueses realizaram na tarde deste sábado (02/03) grandes manifestações contra a política econômica do governo e contra as medidas de austeridade fiscal.
Em 40 cidades em Portugal e também no exterior, em frente a embaixadas e consulados lusitanos e nas representações da União Europeia, os portugueses pediam a demissão do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
A Praça do Comércio, a maior de Lisboa, ficou repleta de manifestantes com cartazes contra os cortes e os problemas sociais
Os manifestantes também querem o fim das medidas que diminuíram os recursos públicos da seguridade social, da saúde e da educação, agravando as condições do país, que enfrenta séria recessão. Em 2012 foi registrada uma queda de 3,2% do PIB (Produto Interno Bruto) e, segundo a estatística oficial, a taxa de desemprego está quase em 17%.
A mobilização neste sábado foi articulada pelas redes sociais e liderada pelo movimento “Que Se Lixe a Troika! Queremos Nossas Vidas”. Não há estimativa oficial do número de participantes em todos os locais. Em Lisboa, os organizadores avaliam que a manifestação tenha superado o ato de protesto realizado em setembro do ano passado, quando 500 mil pessoas teriam ido às ruas.
Enquanto aumentam os protestos em Portugal, o governo continua tentanto reduzir o chamado Estado Social. Uma missão da troika esteve reunida com o governo durante toda a semana para verificar os indicadores da macroeconômica e discutir o corte de mais quatro bilhões de euros (quase 11 bilhões de reais) nos gastos do governo, inclusive na área social.
As medidas de austeridade estão em andamento no país desde abril de 2011, quando Portugal assinou acordo de empréstimo e de intervenção no gerenciamento das contas públicas com o grupo de credores conhecido como “Troika” (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).