Por Renata Giraldi, da Agência Brasil
O presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, disse, durante sessão no Parlamento Europeu, que o líder da oposição Chokri Belaid, morto da manhã de ontem (6), foi vítima de um "assassinato odioso". Após discursar, Marzouki anunciou seu retorno imediato à Tunísia para acompanhar as investigações e o enterro do líder. A morte de Belaid gerou um protesto em frente ao Ministério do Interior, em Túnis, capital do país, e manifestações em várias cidades.
Líder do movimento Patriotas Democratas e crítico do atual governo, Chokri Belaid foi morto a tiros, ao deixar sua casa, em Túnis. O irmão do líder, Abdelmajid Belaid, acusou o partido fundamentalista islâmico Ennahda, que lidera o governo tunisino, de ser responsável pela morte.
O presidente da França, François Hollande, apelou para que as autoridades atuem com "firmeza" em relação às investigações e disse estar preocupado com "o aumento da violência política" na Tunísia. "Esse homicídio priva a Tunísia de uma das vozes mais corajosas e mais livres", disse Hollande.
Em frente ao Ministério do Interior, na capital da Tunísia, manifestantes gritavam palavras de ordem contra o partido Ennahda e cantavam o Hino Nacional do país. Em Mezzouna, perto de Sidi Bouzid, em Gafsa, no Centro do país, manifestantes atacaram e incendiaram escritórios do Ennahda.
Nos últimos dias, a Tunísia enfrenta um aumento da violência provocado pelo descontentamento político e social. As reações ocorrem dois anos após a chamada Primavera Árabe que levou à deposição do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali.
(Foto de capa: Amine Ghrabi / Flickr)