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Duas semanas após morte de Madiba, líder cubano lembrou luta em Angola contra forças invasoras sul-africanas
Por Opera Mundi
[caption id="attachment_38474" align="alignleft" width="300"] Nelson Mandela (Foto: Reprodução)[/caption]
O líder cubano Fidel Castro escreveu um artigo publicado nesta quinta-feira (19/12) no site cubano Cubadebate em que critica o imperialismo, homenageia Nelson Mandela e lembra dos combatentes cubanos que lutaram em Angola contra forças do exército racista sul-africano. Fidel faz um desafio ao países imperialistas a não ocultarem a verdade sobre o apartheid, desafiando os "porta-vozes do império" que explicassem como e por que ele surgiu.
Fidel lembra que o governo sul-africano da época foi aliado de países capitalistas que participavam ativamente da Guerra Fria. "Por que se pretende ocultar que o regime do apartheid, que tanto fez sofrer a África e indignou a imensa maioria das nações do mundo, era fruto da Europa colonial e foi convertido em potência nuclear por Estados Unidos e Israel. [Um regime] o qual Cuba, um país que apoiava as colônias portuguesas na África que lutavam por sua independência, condenou abertamente?", perguntou.
Segundo Fidel, o imperialismo "sempre usará de suas cartas para subjugar a ilha, mesmo que tenha que despovoá-la, privando-a de homens e mulheres jovens, oferecendo migalhas dos bens e recursos naturais com que saqueia o mundo".
Ele também afirma não se lembrar de nenhum fato histórico que tenha causado tanto impacto na opinião pública mundial quanto a morte de Mandela, por sua qualidade humana e a nobreza de seus sentimentos e ideais.
De acordo com o líder cubano, os laços fraternais entre seu país e a África do Sul nasceram do fato de Mandela ser "um apóstolo da paz" e pelo fato do país caribenho "nunca ter realizado ações militares em busca de glória ou prestígio". "Sempre fomos solidários desde os primeiros anos com os movimentos de libertação das colônias portuguesas na África punham em cheque o colonialismo e o imperialismo no pós-guerra".
"É fato completamente real que Mandela foi um homem íntegro, revolucionário profundo e radicalmente socialista que, com grande estoicismo suportou 27 anos de encarceramento solitário. Eu não deixava de admirar sua honradez, sua modéstia e seu enorme mérito".
Por fim, Fidel felicitou seu irmão, o presidente Raúl Castro, pelo gesto de ter estendido a mão ao presidente norte-americano Barack Obama durante o funeral em homenagem a Mandela no estádio Soccer City, na África do Sul. "O papel da delegação cubana durante as homenagens a nosso irmão e amigo Nelson Mandela será inesquecível. (...) Felicito ao companheiro Raúl por seu brilhante desempenho e, em especial, pela firmeza e dignidade quando, com um gesto amável, mas firme, saudou o chefe de governo dos EUA e lhe disse em inglês: ‘Senhor presidente, eu sou Castro’".