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Reportagem da Folha de S.Paulo apresenta relatório do órgão que aponta o monitoramento de diplomatas de três países
Por Redação
[caption id="attachment_35582" align="alignleft" width="266"] Abin diz que operações eram de contrainteligência (Antonio Cruz/ABr)[/caption]
O jornal Folha de S.Paulo traz em sua edição de hoje (4) reportagem que mostra um relatório produzido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), obtido pelo jornal, com detalhes a respeito de dez operações secretas realizadas entre 2003 e 2004. De acordo com o documento, elaborado pelo Departamento de Operações de Inteligência da Abin, diplomatas da Rússia, Iraque e Irã teriam sido monitorados pelos brasileiros.
Diplomatas russos envolvidos em negociações de equipamentos militares foram seguidos em suas viagens, assim como funcionários da embaixada do Irã, conforme a matéria. ainda de acordo com o relatório, diplomatas iraquianos tiveram suas atividades na embaixada e em suas residências registradas pelos agentes.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, ao qual a Abin responde, divulgou nota em resposta à reportagem do jornal, afirmando que as ações a eram de "contrainteligência". "As operações citadas no questionário da Folha obedeceram à legislação brasileira de proteção dos interesses nacionais. Como a Folha preferiu não enviar cópias dos documentos obtidos, o GSI não pode validar a sua autenticidade", diz o Gabinete, que promete punição aos funcionários que teriam vazado os dados. "Respeitando os preceitos constitucionais de liberdade de imprensa, o GSI ressalta que o vazamento de relatórios classificados como secretos constitui crime e que os responsáveis serão processados na forma da lei."
A matéria do jornal observa ainda que "as operações descritas no relatório da Abin têm características modestas, e nem de longe podem ser comparadas com a sofisticação da estrutura montada pela Agência de Segurança Nacional americana, a NSA, para monitorar comunicações na internet."
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