O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, declarou, ontem, 16 de setembro, que não houve mudança significativa nas medidas estadunidenses de politica externa que impõe o bloqueio econômico a ilha desde 1963
Por Redação
Em coletiva de imprensa realizada na capital do país, Havana, Rodrigues salientou que “o presidente americano, Barack Obama, não faz o suficiente para suspender as sanções”. E questionou: “ele foi eleito sobre a base da mudança. Onde está a mudança? Onde está a mudança do bloqueio contra Cuba?”.
Na segunda-feira, 14, a Casa Branca anunciou que Obama prorrogou por mais um ano o embargo comercial, acompanhando a prática de presidentes estadunidenses anteriores, republicanos ou democratas, que sucessivamente renovam as restrições há 46 anos, mesmo com os votos contrários da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que, nos últimos 17 anos, se pronuncia pelo encerramento à sanção.
Os países latino-americanos, sem exceção, pedem a suspensão do bloqueio. Somente Israel, aliado histórico dos EUA, apoia a política.
Quando assumiu a prsidência, Obama falou em “renovar” as relações com Cuba e tomou medidas como o relaxamento das restrições de viagens impostas aos cubano-americanos e das normas para enviode remessas à ilha. Contudo, ele insiste que apenas vai considerar a suspensão completa do embargo se a ilha alterar o modelo político, algo considerado intervencionista pelo governo cubano.
Bruno Rodríguez afirmou que Cuba não está disposta a fazer concessões e que o sistema político não está aberto a negociação. “O bloqueio é unilateral e deve ser suspenso unilateralmente”, enfatizou.
Consequencias
O ministro ressaltou itens de uma resolução contra o embargo que será apresentada pelo governo cubano à ONU, em outubro. O documento demonstra que o bloqueio atinge, além da macroeconomia do país, todos os aspectos da vida do povo da ilha. Segundo o chanceler, o prejuízo econômico causado pelo embargo comercial estadunidense é de, aproximadamente, US$96 milhões. Disse, ainda, que a cifra pode chegar a US$236 bilhões com cálculos baseados no câmbio atual.
Rodríguez declarou que Cuba está disposta a dialogar com os EUA, mas em condições igualitárias, sem a aceitação de ingerências ou imposições externas que violem a soberania da nação cubana.“Obama tem a oportunidade histórica de usar suas faculdades executivas para modificar a imposição do bloqueio”, finalizou Rodríguez.
Lula
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, falou da prorrogação do embargo, comentando que pretende conversar com Barack Obama sobre a situação, pois não compreende a postura dos Estados Unidos. "Vou encontrar o Obama agora (na próxima semana), em Pittsburgh (EUA), e talvez converse com ele. Não entendi bem essa posição”, explicou.