Escrito en
GLOBAL
el
Abdullah Gul será o primeiro político religioso a ocupar o cargo, apesar de o país ser laico
Por Redação
Depois de 84 anos, um religioso será presidente da Turquia. Abdullah Gul, atual ministro das Relações Exteriores, ocupará o cargo depois da decisão do parlamento em terceiro turno que garantiu 61% dos votos. O país mantém, desde 1923, um Estado laico, com separação entre política e religião estabelecida por Mustafá Ataturk.
A legislação do país exige dois terços dos votos dos parlamentares para assegurar a eleição de um presidente. Se nos dois primeiros turnos isso não ocorrer, há um terceiro, em que basta maioria simples. Na terça-feira, 28, Gul foi eleito em terceiro turno, com 339 votos, 61% do total.
Um dos grandes trunfos, como ministro das Relações Exteriores, foi negociar a adesão à União Européia, em 2005, depois de 18 anos da primeira postulação ao bloco.
Como parte do juramento de posse, Gul prometeu "salvaguardar a existência e a independência do Estado”. A polêmica se arrastou por quatro meses. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, do mesmo partido do atual presidente, AKP, declarou a agências acreditar que é possível que políticos islâmicos convivam com a democracia liberal.
O AKP está no poder desde 2002 e tem, em suas bases tanto setores islâmicos quanto não-religiosos, mas sempre se posicionou favoravelmente à separação entre religião e politica. Porém, como o presidente comanda as forças armadas e pode nomear generais, a definição de Gul sofreu grande resistência do Exército.
(Com agências)