VITÓRIA PARCIAL

Catar libera bandeiras LGBTQIA+ nos estádios, mas apenas na torcida

Equipes seguem sem poder utilizar a braçadeira pró-diversidade “One Love” nos gramados, sob ameaça de penalização.

Anti-LGBT.Outdoors foram distribuídos pelas cidades onde serão realizados os jogos, indicando intolerância a qualquer tipo de manifestação pró-diversidade durante o evento.Créditos: Reprodução / Twitter
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Após insistência da Fifa, o governo do Catar decidiu autorizar o uso de bandeiras e adereços com as cores do arco-íris nos estádios da Copa do Mundo. A liberação, entretanto, vale apenas para as arquibancadas. De acordo com o jornal britânico The Independent, as equipes do torneio foram informadas pela federação sobre a garantia do país sede quanto ao assunto. A partir desta sexta (25), quando começa a segunda rodada da fase de grupos, torcedores não serão mais impedidos que expressar apoio à comunidade LGBTQIA+ com bandeiras, camisetas e outros adereços com o símbolo do arco-íris.

A notícia veio após diversos relatos de torcedores sendo demandados de tirar roupas e abandonar acessórios exibindo arco-íris, inclusive profissionais da imprensa que trabalham na cobertura da Copa do Mundo, como foi o caso do jornalista Kelvin Maciel. E olha que nem se tratava de militância, o jornalista carregava apenas uma bandeira de seu estado, Pernambuco – que possui um arco-íris.

Restrição nos gramados

A decisão, no entanto, não vale para os gramados. Ou seja, o veto ao uso da braçadeira "One Love" pelos jogadores permanece. Proposto por seleções europeias, o adereço que representa um apoio à diversidade e contra a discriminação. Diversas federações do continente europeu haviam se comprometido a garantir que seus capitães entrassem em campo com a braçadeira em apoio à causa LGBT no mundial. As equipes recuaram diante da ameaça da Fifa de penalizar os jogadores com cartão amarelo, caso enfrentassem a restrição.

O primeiro seria o capitão do time da Inglaterra, Harry Kane, que acabou usando uma faixa da campanha “Sem Discriminação”, da própria Fifa, na partida contra o Irã, na última segunda (21).

Imagem: Reprodução

Em seguida, Manuel Neuer, da seleção da Alemanha, anunciou que vestiria o acessório, mas também acabou recuando. Em protesto, todos os jogadores da seleção alemã cobriram suas bocas durante a foto do grupo. O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB),  Bernd Neuendorf, havia descrito como "censura" a decisão da entidade de banir a braçadeira. Quem a colocou no braço foi a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, que acompanhou o jogo de estreia da seleção alemã contra o Japão no estádio.