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Seleção da Coreia do Sul chega como azarão na Copa do Mundo do Catar 2022

Para surpreender e brigar por uma vaga nas oitavas de final, a Coreia do Sul conta com os gols do atacante Heung-min Son; saiba tudo sobre a Coreia do Sul

Heung-min Son.Heung-min Son é atacante da seleção da Coreia do Sul e do Tottenham.Créditos: Divulgação
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A Seleção da Coreia do Sul chega ao Catar como o azarão do Grupo H da Copa do Mundo. Ainda que Portugal e Uruguai não estejam na melhor forma, e Gana não seja uma potência global, apesar da sua relevância continental, a Coreia do Sul é a óbvia candidata a lanterna do grupo. A principal arma do técnico Paulo Bento para surpreender, a exemplo do vizinho Japão que venceu a Alemanha nesta quarta (23), é o atacante do Tottenham, Heung-min Son, que conseguiu se recuperar a tempo de uma fratura no rosto e foi confirmado no mundial.

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A Coreia do Sul participou pela primeira de uma Copa do Mundo em 1954, na Suíça, quando foi goleada pela Hungria por 9 a 0, com dois gols de Puskas, e pela Turquia por 7 a 0. Um desastre. Os sul-coreanos só foram voltar ao mundial em 1986, no México, onde novamente caíram na primeira fase. No entanto, apesar da derrota, participou de todas as Copas desde então.

Nas três Copas seguintes, disputadas na Itália (1990), Estados Unidos (1994) e França (1998), assim como na Alemanha (2006), Brasil (2014) e Rússia (2018), voltou a cair na primeira fase. Em 2010, na África do Sul, venceu a Grécia por 2 a 0, perdeu por 4 a 1 para a Argentina e empatou em 2 a 2 com a Nigéria, terminando na segunda colocação do grupo. Perdeu para o Uruguai nas oitavas de final por 2 a 1.

A melhor participação da Coreia do Sul em Copas do Mundo foi em 2002, quando foi um dos anfitriões ao lado do Japão. Surpreendeu na fase de grupos ao bater Portugal por 1 a 0 e Polônia por 2 a 0, além do empate em 1 a 1 com os Estados Unidos. Nas oitavas de final bateu a tradicional Itália na prorrogação, por 2 a 1, e foi às quartas, fase da qual eliminou a Espanha nos pênaltis após empate sem gols. Acabou perdendo a semifinal para a Alemanha por 1 a 0 e a disputa de terceiro lugar para a Turquia por 3 a 1, e a campanha foi celebrada pelos sul-coreanos. O time ficou conhecido pela sua velocidade, sobretudo nos contra-ataques.

Para chegar ao Catar, a seleção da Coreia do Sul ficou em segundo lugar no Grupo A da terceira fase das Eliminatórias Asiáticas, dois pontos atrás do Irã. No outro grupo, a Arabia Saudita terminou em primeiro lugar e o Japão em segundo. Os terceiros colocados, Emirados Árabes e Austrália – que apesar de estar na Oceania disputa as eliminatórias da Ásia -, jogaram a repescagem com vitória dos australianos.

Buscando reverter os prognósticos que a colocam como uma candidata a cair na primeira fase, a Coreia do Sul estreia contra o Uruguai nesta quinta-feira, 24 de novembro, às 10h de Brasília, no estádio da Cidade da Educação. Na sequência do Grupo H, os sul-coreanos encaram a seleção de Gana, na segunda-feira (28), às 10h, no mesmo estádio da estreia. Fechando sua participação, a Coreia do Sul joga contra Portugal em 2 de dezembro (sexta-feira), ao meio dia, novamente na Cidade da Educação.

O que você precisa saber sobre a política na Coreia do Sul

O sistema político da Coreia do Sul é definido como uma democracia presidencialista. Os poderes são divididos, à exemplo do Brasil, entre Executivo, Legislativo e Judiciário. O presidente, chefe de Estado, é eleito por voto popular para mandato de cinco anos, e é considerado o representante máximo da República e comandante em chefe das Forças Armadas coreanas. Também tem como atribuição nomear o primeiro-ministro, desde que com aprovação do Legislativo, que atualmente é Han Duck-soo. O presidente se chama Yoon Suk-yeol e assumiu o cargo, na capital Seul, prometendo trabalhar para melhorar as relações com a vizinha Coreia do Norte, único país que faz fronteira terrestre com a Coreia do Sul.

O parlamento coreano é unicameral e se chama Gukhoe. Os ocupantes das suas 299 cadeiras são eleitos para mandatos de quatro anos – 245 deles em eleições regionais e 54 distribuídos proporcionalmente pelo país. Ministros do Supremo Tribunal são nomeados pelo presidente com a concordância do Gukhoe.

O que você precisa saber sobre a história da Coreia do Sul

De acordo com a mitologia local, a história da Coreia – norte e sul, pois até 1948 faziam parte do mesmo país – começou no ano 2333 a.c., com a fundação da cidade de Gojoseon pelo deus Dangun. Mas a cidade em si, apesar do mito, existiu, tendo sido encontrada em registros chineses do século VII. E mais do que existir, expandiu-se para toda a região norte da península da Coreia e partes da Manchúria, atual território chinês.

No ano 313 d.c., Gojoseon foi conquistada pelo Reino de Goguryeo, em território que se estendia pelas atuais Manchúria, Coreia do Norte e área norte da Coreia do Sul. No restante da península, correspondente às regiões central e sul da atual Coreia do Sul, havia os reinos de Baekje e Silla. O período dos Três Reinos foi marcado por invasões japonesas e chinesas, além de conflitos internos até o ano 936, quando os reinos foram unidos por Wang Geon.

Novamente, os coreanos tiveram de lidar com inúmeras invasões, como a dos mongóis liderados por Kublai Khan no século XIII e dos japoneses no século XVIII, que só pôde ser derrotada graças à inventividade coreana, que trouxe à luz os famosos “navios tartaruga”. Enfraquecido, o Reino de Joseon, como então se chamada a Coreia, acabou perdendo a Manchúria para os chineses no século seguinte e, após vencer japoneses e mongóis nos séculos anteriores e fazer as pazes com os chineses conseguiu viver um período pacífico de quase 200 anos.

No século XIX, Joseon havia ganho o apelido de “governo eremita”, por conta das políticas de isolamento em relação ao mundo, mas após as guerras Sino-Japonesa e Russo-Japonesa, a Coreia acabou ocupada pelo Japão em 1910 e o reino de Joseon acabou.

Após a Segunda Guerra Mundial, com a derrota do Japão, as potências vencedoras, Estados Unidos e União Soviética, determinaram que a Península Coreana fosse dividida em duas áreas de influências, ficando o norte com os russos e o sul com os estadunidenses - em uma espécie de "ensaio geral" da Guerra Fria. Tal divisão deu origem, em 1948, aos países que conhecemos hoje: Coreia do Sul e Coreia do Norte.

Dois anos depois, em junho de 1950, enquanto a Copa do Mundo acontecia no Brasil, a Coreia do Norte invadia a irmã do Sul dando início à Guerra da Coreia. Após deixar cerca de 2,5 milhões de vítimas, o conflito só pôde ser encerrado com um armistício em 1953, estabelecendo uma Zona Desmilitarizada da Coreia na faixa central da Península que separa os dois países. Até hoje, mesmo sem incidentes concretos, as relações entre os países não são consideradas amistosas.

O que você precisa saber sobre a economia da Coreia do Sul

Com cerca de 52 milhões de habitantes a Coreia do Sul apresentou em 2021 um PIB de 1,8 trilhão de dólares e renda per capita de 34,7 mil dólares. O país ocupa o 19° lugar entre os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) com a cifra de 0,925.

Com um rápido crescimento nas décadas de 60, 70 e 80, sobretudo por conta dos investimentos ocidentais para a reconstrução do país, a Coreia do Sul chegou ao século XXI como um país desenvolvido e rico. Seus principais parceiros comerciais são China, Japão e Estados Unidos, e além de ter um avançado sistema bancário e financeiro, ainda conta com algumas das grandes corporações e indústrias de tecnologia do mundo, como Samsung, LG, Hyundai e Kia. Os país tem uma infraestrutura de alta tecnologia nos transportes, geração de energia, indústria e agropecuária.

O que você precisa saber sobre a Cultura da Coreia do Sul

De acordo com dados de 2015, 56% da população sul-coreana não tem religião, 20% são cristãos protestantes, 15% budistas e 8% católicos. O idioma oficial do país é o coreano, que tem um alfabeto próprio, o hangul, distinto do japonês ou das línguas chinesas. Culturalmente divide as mesmas raízes com a irmão do Norte, no entanto, desde a separação algumas modificações ocorreram em ambas partes, fazendo com as culturas contemporâneas chegassem a 2022 com uma série de diferenças.

O aspecto mais conhecido da cultura sul-coreana na atualidade é sua música pop, apelidada de K-Pop. Mistura, obviamente, ritmos folclóricos e tradicionais coreanos com influências pop ocidentais, sobretudo em relação ao público mais jovem. O estilo se espalhou para o mundo a partir de 2011 com apoio governamental, abrindo caminho para produções coreanas tomarem de assalto plataformas de streaming como o Netflix, com diversas séries que retratam o país.

Além do K-Pop, a apimentada culinária coreana também é muito apreciada mundo afora. As receitas mais famosas são o kimchi, uma conserva de vegetais fermentados com muita pimenta coreana, e as sopas que levam vegetais, carne, ovos, macarrão típico e mais pimenta. O leitor que estiver em São Paulo ainda pode ir até o bairro do Bom Retiro, próximo do centro da cidade, onde uma enorme comunidade coreana se estabeleceu nas últimas décadas para apreciar os pratos ou ainda acompanhar os jogos da seleção sul-coreana bebendo soju, a principal bebida alcoólica do país.

A seleção da Coreia do Sul: Os jogadores que vão participar da Copa

A Seleção da Coreia do Sul chega ao Catar como o azarão do Grupo H da Copa do Mundo. A principal arma do técnico Paulo Bento para surpreender o mundo, a exemplo do vizinho Japão que venceu a Alemanha nesta quarta (23), é o atacante do Tottenham, Heung-min Son, que conseguiu se recuperar a tempo de uma fratura no rosto e foi confirmado no mundial.

Nascido em 1992 na cidade de Chuncheon, o atacante de 30 anos começou a carreira nas categorias de base do FC Seoul em 2008 e lançou-se como profissional já no Hamburgo, da Alemanha, em 2010. Em três temporadas pela equipe marcou 20 gols em 78 jogos até ser transferido para o Bayer Leverkusen, em 2013. Em dois anos no novo clube anotou 29 vezes em 87 partidas. No Tottenham, da Inglaterra, desde 2015, balançou as redes por 131 vezes em 325 jogos. Seus números pela seleção coreana confirmam a média de 1 gol a cada 2 ou 3 jogos: são 33 gols anotados em 102 jogos, computados até julho de 2022.

Além de Heung-min Son, também se destacam o meia Jeong Woo-yeong, do Freiburg-ALE e o lateral Kim Min-jae, do Napoli-ITA.