Classificada como "extraterrestre" ao faturar três medalhas de ouro e uma de prata na Ginástica Artística das Olimpíadas de Paris, a estadunidense Simone Biles explicou o gesto de deferência feito por ela e a colega de equipe, Jordan Chiles, feito quando a brasileira Rebeca Andrade subiu ao lugar mais alto do pódio nesta segunda-feira (5) ao vencer a modalidade solo individual nos jogos.
Simone e Jordan, respectivamente prata e bronze na competição, se curvaram diante da ginasta brasileira, que levantou aos mãos ao alto, em uma imagem que emocionou o mundo, representando o verdadeiro espírito olímpico.
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"A Rebeca é incrível. Ela é uma rainha. Estávamos muito animadas. Decidimos demonstrar nosso respeito. A Jordan disse que deveríamos fazer e eu disse que sim. É por isso que fizemos. Era o correto a ser feito", disse Simone no encerramento da ginástica nos jogos de Paris.
A ginasta estadunidense ainda voltou a agradecer Rebeca por tê-la ajudado em uma competição saudável, onde as duas atletas foram as grandes protagonistas.
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"Amo Rebeca. Ela é incrível. Ela é uma pessoa maravilhosa e uma ginasta melhor ainda. Ela me ajuda a estar concentrada. Ela me faz competir melhor. É uma pessoa com muito talento, vejo que ela ainda terá uma longa carreira. Estou animada para ver o que mais vem para ela. Mas agora ela e todas nós precisamos relaxar", disse.
Biles, por fim, comemorou a extraordinária performance em Paris, a despeito da queda que lhe tirou a possibilidade do quarto ouro nos jogos.
"Não estou decepcionada com o meu desempenho nos Jogos Olímpicos, pelo contrário, estou muito feliz e orgulhosa. Consegui mais do que meus sonhos mais loucos. Há dois anos, não imaginava estar aqui. Consegui quatro medalhas. Então não posso ficar chateada com minha performance. Estou muito orgulhosa".
Jordan, que levou o bronze no solo, seu principal aparelho, ainda ressaltou a representatividade de um pódio formado apenas por mulheres pretas.
"Ela [Rebeca] é incrível. Uma lenda. Devemos reconhecer o trabalho dela. Ficamos muito felizes por esse pódio ter sido formado por mulheres pretas. Era muito importante para nós isso. Senti que era necessário [a deferência]", disse a outra ginasta da equipe dos EUA.
Rebeca também comentou o gesto das colegas. "As meninas foram supercarinhosas comigo sempre. Torcendo, conversando comigo. Como a fez que a Simone fez a coroa [gesto], agora foi a mesma coisa. A gente sabe como é difícil pra mulher estar no esporte, vencer, fazer acontecer. E estávamos ali representando todas as mulheres, mostrando que é possível", disse.