DESINFORMAÇÃO

COI rebate fake news sobre boxeadoras e repudia ataques de ódio

A atletas Lin Yu-ting e Imane Khelif se tornaram alvo de grupos extremistas por causa de uma decisão da Associação Internacional de Boxe, que não possui reconhecimento pelo Comitê Olímpico Internacional

COI rebate fake news sobre boxeadoras e repudia ataques de ódio.Créditos: Reprodução redes sociais / Youtube/ Sports Tuber
Escrito en ESPORTE el

Após a onda de fake news e ataques de ódio contra as boxeadoras Lin Yu-tin (Taiwan) e Imane Khelif (Argélia), o Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou uma nota repudiando as agressões contra as esportistas e afirmando que "toda pessoa tem o direito de praticar esporte sem discriminação".

Logo de início, o COI afirma que "todos os atletas participantes do torneio de boxe dos Jogos Olímpicos Paris 2024 cumprem os regulamentos de elegibilidade e inscrição da competição, bem como todos os regulamentos médicos aplicáveis estabelecidos pela Unidade de Boxe de Paris 2024 (consulte todas as regras aplicáveis aqui). Como nas competições olímpicas de boxe anteriores, o sexo e a idade dos atletas são baseados em seu passaporte".

"Essas regras também se aplicaram durante o período de qualificação, incluindo os torneios de boxe dos Jogos Europeus de 2023, Jogos Asiáticos, Jogos Pan-Americanos e Jogos do Pacífico, o torneio de qualificação africana ad hoc de 2023 em Dakar (SEN) e dois torneios mundiais de qualificação realizados em Busto Arsizio (ITA) e Bangkok (THA) em 2024, que envolveram um total de 1.471 boxeadores diferentes de 172 Comitês Olímpicos Nacionais (CONs), a Equipe de Refugiados de Boxe e Atletas Neutros Individuais, e contou com mais de 2.000 lutas de qualificação", continua.

Posteriormente, o Comitê afirma que tomaram conhecimento de "informações enganosas sobre duas atletas femininas competindo nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. As duas atletas competem em competições internacionais de boxe há muitos anos na categoria feminina, incluindo os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o Campeonato Mundial da Associação Internacional de Boxe (IBA) e torneios sancionados pela IBA".

O COI ressalta que as duas atletas foram "vítimas de uma decisão repentina e arbitrária da IBA. No final do Campeonato Mundial da IBA em 2023, elas foram repentinamente desqualificadas sem o devido processo".

"De acordo com as atas da IBA disponíveis em seu site, essa decisão foi inicialmente tomada exclusivamente pelo Secretário-Geral e CEO da IBA. O Conselho da IBA só o ratificou posteriormente e só depois solicitou que um procedimento a seguir em casos semelhantes no futuro fosse estabelecido e refletido nos Regulamentos da IBA. A ata também diz que a IBA deve estabelecer um procedimento claro sobre testes de gênero”, prossegue o texto do COI.

Além disso, o Comitê Olímpico destaca que os ataques contra as boxeadoras "se baseiam inteiramente nessa decisão arbitrária, que foi tomada sem nenhum procedimento adequado – especialmente considerando que essas atletas competiam em competições de alto nível há muitos anos. Tal abordagem é contrária à boa governança".

O comunicado também afirma que "o reconhecimento da IBA foi retirado pelo COI em 2023 após sua suspensão em 2019. A retirada do reconhecimento foi confirmada pelo Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) [...] O COI deixou claro que precisa que as Federações Nacionais de Boxe cheguem a um consenso em torno de uma nova Federação Internacional para que o boxe seja incluído no programa esportivo dos Jogos Olímpicos LA28".

A íntegra do comunicado do COI pode ser conferida aqui.