Peru e Chile se encontram na noite desta sexta-feira (21) em jogo válido pela primeira rodada da Copa América de 2024. As duas seleções fazem parte do grupo A do torneio, que teve sua primeira partida disputada nesta quinta-feira (20), quando a Argentina derrotou o Canadá por 2 a 0.
A seleção peruana é comandada pelo técnico uruguaio Jorge Fossati, o único do país na competição, já que o Uruguai é comandado pelo argentino Marcelo Bielsa. Por enquanto, ele está invicto à frente da equipe, com três vitórias contra Nicarágua, República Dominicana e El Salvador, e um empate contra o Paraguai.
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No comando do Chile, um velho conhecido dos peruanos. O argentino Marcelo Gareca dirigiu a seleção que hoje é sua adversária por quase oito anos, e conseguiu levar o Peru a uma Copa do Mundo, em 2018, após 36 anos de ausência.
Desde 1997 a seleção peruana sempre passa da primeira fase da Copa América e uma vitória sobre o Chile será fundamental para manter a escrita. Nem o Brasil conseguiu o mesmo, já que a equipe verde-amarela foi eliminada pelo próprio Peru na fase de grupos da edição de 2016.
O que dizem os técnicos de Peru e Chile
Em entrevista, Jorge Fossati, que no Brasil já treinou o Internacional, adotou uma postura de humildade ao dizer que a seleção peruana não é favorita no duelo contra o Chile. "Esta é uma realidade e temos que vivê-la. O que está em nossas mãos é usar o presente para que a realidade mude. Pessoalmente, não me incomoda e já transmiti isso aos jogadores. Nossa forma de falar é dentro de campo", pontuou.
A equipe comandada pelo uruguaio é a mais velha de todas as que participam da Copa América e conta com veteranos como Paolo Guerrero, com 40 anos, seguido por Aldo Corzo, com 35. O elenco conta também com Christian Cueva, que aos 32 anos está sem clube e não joga há oito meses.
O Chile encara a competição sem dois jogadores fundamentais na conquista do bicampeonato (2015-2016) do torneio, Arturo Vidal e Gary Medel. Ricardo Gareca, contudo, convocou outras figuras históricas da seleção como o goleiro Claudio Bravo, o meio-campista Mauricio Isla e os atacantes Alexis Sánchez e Eduardo Vargas.
"Para os dois países estes jogos são especiais, mas além de tudo isso será um duelo difícil, complicado, e quando a bola começa a rolar os jogadores vivenciam isso com muita paixão. As duas equipes têm coisas a provar, a melhorar, por isso vamos tirar definições", afirmou Gareca.
O Clássico do Pacífico
Quando Ricardo Gareca diz que os encontros entre os dois países são "especiais" se refere à rivalidade do duelo que é chamado de Clássico do Pacífico. O apelido é referência a um conflito bélico, a Guerra do Pacífico, ocorrida entre 1879 e 1884 e que envolveu, além dos dois países, a Bolívia, aliada dos peruanos.
A batalha se deu pelo controle de territórios ricos em recursos minerais, em especial, nitratos e guano, localizados na região do Deserto do Atacama. Ao final de cinco anos, foi estabelecido o Tratado de Ancón no qual o Peru cedeu a província de Tarapacá ao Chile.
Com o conflito, a Bolívia perdeu seu litoral e ficou sem acesso ao mar, fator que causa tensão nas relações diplomáticas entre bolivianos e chilenos até hoje.