Treinador do Real Madrid, que chegou a ser convidado para dirigir a seleção brasileira de futebol, mas recusou, Carlo Ancelotti teve sua prisão pedida pelo Ministério Público de Madrid por fraudar o Tesouro espanhol.
Ancelotti teria declarado ao Fisco apenas os ganhos com salários e premiações do Real Madrid, mas teria sonegado parte do que recebeu como direito de imagem não só na Espanha como no exterior.
A Procuradoria de Madrid pede quatro anos e nove meses de prisão ao treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti , por alegadamente ter defraudado o Tesouro em mais de um milhão de euros nos exercícios de 2014 (386.361 euros) e 2015 (675.718 euros). [Publico]
Na ação, o Ministério Público sublinha que “para evitar a tributação dos rendimentos provenientes dos referidos direitos de imagem”, tanto os recebidos pelo Real Madrid como por outras marcas para eventos diversos, o treinador teria firmado uma “complexa” e “confusa” de rede de trustes e empresas.
Ancelotti recorreu a uma empresa instrumental sediada no Reino Unido chamada Vapia LLP, que na realidade era apenas uma fachada para duas outras empresas cujo domicílio estava localizado no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
Como morador de Madrid, Ancelotti pagou os impostos devidos pelos salários e prêmios recebidos do Real. Mas, como a empresa que cuida de sua imagem é sediada no estrangeiro, ele pagou apenas 24,75% de impostos, muito longe da taxa máxima de 47,5% que corresponde aos moradores da Espanha.
O Brasil, que esperou quase um ano para receber um "não" do treinador, pode ter se livrado de uma fria, caso a prisão de Ancelotti seja efetivada.
No entanto, o mais provável é que ele pague os mais de 1 milhão de euros que deve e continue ganhando títulos pelo Real Madrid.