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Tragédia no Ninho do Urubu: Cinco anos depois

Relembrando a noite fatídica, famílias buscam respostas enquanto a impunidade persiste e o Flamengo enfrenta as repercussões da maior tragédia de sua história

Créditos: Foto: Divulgação
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Nesta quinta-feira (8), o incêndio no Ninho do Urubu completa cinco anos. Foram 10 vítimas fatais, jovens entre 14 e 16 anos de idade e 16 sobreviventes. Até hoje, nenhuma pessoa foi punida criminalmente pela tragédia.

 

Relembrando a tragédia

Em uma madrugada fatídica de 8 de fevereiro de 2019, o Centro de Treinamento George Helal, conhecido como Ninho do Urubu, do Clube de Regatas do Flamengo, se transformou em palco de uma tragédia que abalou o futebol brasileiro. O incêndio resultou na perda irreparável de 10 jovens atletas das categorias de base, com idades entre 14 e 16 anos.

Os nomes de Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, Pablo Henrique da Silva Matos, Bernardo Pisetta, Vitor Isaias, Samuel Thomas Rosa, Athila Paixão, Jorge Eduardo, Gedson Santos, Rykelmo Viana e Christian Esmério ficaram marcados na memória do esporte e do país. Na tentativa desesperada de escapar das chamas, o fogo ceifou sonhos e promessas do futebol brasileiro.

 

Status da indenização das famílias

Cinco anos após a tragédia, o processo de indenização das famílias das vítimas ainda é uma ferida aberta. Nove das dez famílias fizeram acordos com o Flamengo, recebendo valores que foram considerados justos. No entanto, a mãe do goleiro Christian Esmério, única que não aceitou a proposta, aguarda uma decisão da Justiça.

O Flamengo, em nota durante o jogo contra o Botafogo, manifestou disposição para buscar uma composição com a família de Christian, reforçando seu respeito e carinho por todas as famílias envolvidas.

 

Repercussões de hoje do Flamengo e outros clubes

Enquanto o Flamengo enfrentava o Botafogo em campo na terça (7), a tragédia do Ninho do Urubu ecoava nas redes sociais e nos corações dos torcedores. O clube carioca, em sua nota, relembrou a importância de honrar a memória dos jovens atletas a cada jogo.

 

 

Sobreviventes seguem suas vidas

Dos 16 sobreviventes, apenas três permanecem no Flamengo. O goleiro Dyogo, o volante Rayan Lucas e o zagueiro Jhonata Ventura. Este último, com sequelas graves, encerrou sua carreira como jogador, tornando-se scout.

Os demais sobreviventes buscaram caminhos diferentes em suas carreiras. Alguns continuam a perseguir o sonho de se tornarem jogadores profissionais, enquanto outros encontraram novos rumos em suas vidas.

 

Revelações do livro de Daniela Arbex

O livro "Longe do Ninho", da jornalista Daniela Arbex, lançado recentemente, trouxe à tona detalhes inéditos e dolorosos sobre a tragédia. Uma das revelações mais impactantes é que os meninos não morreram dormindo, como se acreditava inicialmente.

Arbex destaca o relato de sobreviventes que tentaram escapar do contêiner em chamas, evidenciando a coragem e o afeto que os uniam. A obra também aborda as irresponsabilidades e irregularidades que contribuíram para a tragédia, incluindo a falta de alvará desde 2012 e alertas não atendidos.

 

Processos em curso e busca por justiça

Após cinco anos, nenhum responsável pela tragédia foi punido criminalmente. O principal processo está na 36ª Vara Criminal, com nove réus, incluindo o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello. O processo aguarda a marcação de uma próxima audiência para ouvir testemunhas.

Outras ações, como a da Defensoria Pública do Rio de Janeiro em busca de pensão vitalícia para as famílias e o caso da família de Christian Esmério, seguem em tramitação.

A busca por justiça e a memória dos jovens talentos perdidos no Ninho do Urubu continuam, mantendo viva a esperança de que a tragédia não seja esquecida e que, um dia, haja responsabilização pelos erros que resultaram em tão grande perda para o esporte brasileiro.

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