ABUSO SEXUAL

Daniel Alves fugiria para o Brasil em caso de liberdade provisória, diz ex-companheiro de cela

Atleta teria confessado planos de fuga, segundo entrevista de ex-detento a programa de TV espanhol; Alves aguarda a sentença

Daniel Alves foi acusado de estupro realizado em dezembro de 2022, em Barcelona.Créditos: Reprodução/Instagram
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O ex-jogador de futebol, Daniel Alves fugiria para o Brasil caso recebesse liberdade provisória. Esse é o entendimento de um ex-companheiro de cela do atleta acusado de estupro, segundo entrevista ao programa de televisão espanhol Fiesta, da rede TardeAR

O homem, cuja identidade será divulgada somente durante o programa televisivo neste sábado (17), relata que Daniel Alves confessou um suposto plano de driblar as próximas etapas do processo penal aberto contra ele e fugir para o Brasil assim que sua defesa obtivesse a liberdade condicional.

"À ele, se lhe derem [liberdade provisória] enquanto aguarda julgamento, ele aceita e vai para o Brasil", afirmou o ex-detento.

O brasileiro Daniel Alves está preso desde janeiro deste ano, acusado de estupro contra uma jovem de 23 anos no banheiro de uma boate. O jogador teve três pedidos de liberdade condicional negados pela Justiça catalã por conta da possibilidade do risco de fuga para o Brasil.

O documento oficial do Ministério Público apontou decisão de manutenção da medida de prisão provisória:

"A Procuradoria de Barcelona opõe-se ao pedido de liberdade formulado pela defesa de Daniel Alves e considera que a medida de prisão provisória acordada deve ser mantida, entendendo que ainda existe o risco de fuga, dada a natureza dos fatos, as elevadas penas que poderão ser aplicado pelo crime investigado e a profundidade do julgamento oral", diz o arquivo.

De acordo com a imprensa espanhola, o depoimento da vítima à Justiça indica que ela não sabia que estava sendo levada ao banheiro e que Daniel Alves a pediu para o seguir até uma porta. Ao entrarem, ela teria sido agredida e foi impedida de deixar o espaço.

Os próximos passos do julgamento

Entre os dias 5 e 7 de fevereiro, foram realizadas sessões de julgamento do caso, com a oitiva de 28 testemunhas. A primeira sessão foi marcada pelas teses de defesa e acusação, bem como os depoimentos da vítima, das amigas que a acompanhavam e de funcionários da boate onde ocorreram os fatos.

O segundo dia de julgamento concentrou a escuta das outras 22 testemunhas. Já a sessão final, no dia seguinte, conteve o depoimento do próprio Daniel Alves e a entrega de relatórios de perícias, investigações e conclusões das partes.

A juíza do caso, Isabel Delgado Perez, elaborou uma sentença até o dia 10 de fevereiro, porém sem prazo para conclusão do caso. O jogador permanecerá preso durante todo esse período.

Em novembro, o Ministério Público da Espanha protocolou pedido de pena de nove anos de prisão, com possibilidade de liberdade condicional além do regime fechado. Os advogados da vítima reivindicam que o jogador receba a pena máxima pelo crime de estupro na Espanha, que é de 12 anos de cadeia, caso seja considerado culpado, e assim, condenado.

A Procuradoria ainda pediu reparação financeira à vítima: indenização de 150 mil euros (R$ 800 mil) revertida para a vítima pelo crime de agressão sexual com penetração, pelos danos físicos e psicológicos causados à mulher.