O capitão do Vasco na Copa São Paulo de Futebol Junior, Lucas Eduardo, relatou que sofreu racismo após eliminação do time por 4 a 1 para o Vitória. O jogador também foi atingido por uma garrafa enquanto dava entrevista após a eliminação.
Nas redes sociais, Lucas publicou um comunicado lamentando o episódio, que aconteceu neste sábado (13). Na mesma data, o jogador completava 20 anos, e afirmou que o dia “tinha tudo para ser perfeito”.
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Além do aniversário, ele comemorava estar em campo em um jogo transmitido para o país e o mundo, enquanto usava a braçadeira de capitão do Vasco da Gama.
Primeiro, o jogador lamentou a derrota do time e pediu desculpas aos torcedores do Vasco. No entanto, esse não foi o único episódio negativo. Lucas relatou que foi alvo de racismo após a eliminação do time, tendo sido chamado de “macaco”.
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“Cada vez mais, esquecemos que futebol é alegria, é família e é a oportunidade de vivermos intensamente uma paixão por um time do coração. Para mim, como atleta, é o sonho e a mais real oportunidade de mudar a história e a trajetória da minha família”, disse o atleta. “Porém, esses valores, a cada dia, se perdem diante do cenário desumano e da falta de respeito”, acrescentou.
Ao final da partida, alguns "torcedores" atiraram uma garrafa em mim, enquanto dava uma entrevista para explicar nosso infeliz resultado. Ao mesmo tempo, em que eu faltava, ouvi também gritos como: "macaco".
O jogador ainda escreveu que "o respeito e a alegria perderam para a violência e o ódio" e questionou até quando situações de racismo no futebol serão aceitas.
Isso é inaceitável. O futebol não pode mais ser usado de desculpa para esses criminosos sentirem liberdade para cometerem suas intolerâncias. Até quando?
Por fim, Lucas afirmou que “a cicatriz deste dia estará guardada em todos os dias da minha vida”.
Comunicado completo
Pronunciamento do Vasco
O clube se pronunciou após a repercussão do caso. No Instagram, o Vasco publicou que "repudia as agressões sofridas por Lucas Eduardo e está tomando as medidas necessárias para investigar e punir os responsáveis. As agressões e crimes dessa natureza não serão tolerados e serão fortemente combatidos".
Já na rede social X, o clube pediu "aos criminosos, o rigor máximo da Lei" e classificou o episódio como "ecos sombrios do passado", relembrando a Resposta Histórica, marco na história do clube em 1924.
O clube ainda informou que, nesta segunda-feira (15), Lucas Eduardo vai inaugurar a placa do Anfiteatro Clementina de Jesus, que é uma baluarte da defesa da cultura negra. "Os vascaínos vão, mais uma vez, levantar sua voz contra o racismo e o preconceito", afirmou o clube.