Banido do futebol pela Fifa nesta segunda-feira (11), o goleiro Matheus Gomes, ex-atleta do Sergipe, já trabalha como motorista de aplicativo desde o último mês de maio, quando foi indiciado pelo Ministério Público de Goiás, através da Operação Penalidade Máxima II, por envolvimento em esquema de manipulação de resultados que buscava beneficiar grupos de apostadores. Ele tinha sido dispensado do Sergipe naquele mês, logo após a conclusão do Campeonato Sergipano.
A informação foi confirmada no início de junho pelo seu advogado à imprensa, às vésperas do julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva que o condenaria ao banimento do futebol nacional. Dessa vez, com a decisão da Fifa, a punição de estende para todo o mundo.
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O goleiro, que teve uma das carreiras mais humildes entre os atletas punidos, foi acusado de facilitar o contato entre aliciadores e atletas, com vistas a manipular a partida realizada entre Sport (PE) e Operário (PR), pela 37ª rodada da Série B do Brasileirão de 2022. A partida disputada em 28 de outubro daquele ano terminou em 5 a 1 para os pernambucanos.
Segundo a denúncia do MP-GO, Matheus Gomes teria costurado o acordo que previa a expulsão de Fernando Neto (Operário). Pelo cartão vermelho, ele receberia R$ 40 mil de sinal e mais R$ 500 mil após a entrega do resultado manipulado.
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Mas deu errado. De acordo com troca de mensagens por WhatsApp obtidas pela investigação e divulgada pela imprensa, Fernando Neto até tentou ser expulso, disse ao aliciador Bruno Lopes que xingou o juiz, mas “o cara não quis me expulsar”. A não entrega da expulsão gerou cobranças e descontentamento no aliciador.
Fifa ratifica decisão do STJD
A Fifa anunciou nesta segunda-feira (11) as punições em âmbito global de 11 jogadores brasileiros que foram condenados pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por envolvimento em esquema ilegal de manipulação de resultados para apostas esportivas. Dos 11 atletas, 8 cumprirão severas suspensões e três foram banidos do esporte.
A condenação no STJD valia somente para o território nacional. No entanto, a ratificação da Fifa faz com as punições estabelecidas pelo tribunal brasileiro valham em todo o mundo.
As punições em questão são desdobramentos da Operação Penalidade Máxima, protagonizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de Goiás, que revelou o esquema de manipulação de resultados para favorecer associações de apostadores.
Após a definição do STJD, a CBF acionou a Fifa para avaliar o caso em âmbito internacional. As punições foram publicadas no site oficial da entidade máxima do futebol.
Jogadores suspensos
- Paulo Sérgio – 600 dias
- Paulo Miranda – 720 dias
- Fernando Neto – 380 dias
- Eduardo Bauermann – 360 dias
- Mateusinho – 600 dias
- André Queixo – 600 dias
- Moraes – 720 dias
- Kavin Lomónaco – 380 dias
Quem são os outros dois jogadores banidos
Ygor Catatau
Nascido em 1995, o ponta de 28 anos foi jogador do Madureira entre 2015 e 2023. Nesse meio tempo, jogou emprestado ao Barra da Tijuca, Boa Esporte, Sampaio Corrêa e Mumbai City (Índia). Também por empréstimo, atuou em 2020 pelo Vasco da Gama, onde marcou 1 gol em 19 jogos, e pelo Vitória (BA), onde deixou um tento anotado em 8 partidas.
Após sua condenação no STJD, transferiu-se para o Sepahan, do Irã, onde chegou a participar de 11 partidas e marcar um gol antes de ser banido do futebol pela Fifa.
Gabriel Tota
O meia tem apenas 21 anos e já não poderá mais ser um jogador de futebol. Sua curta carreira profissional começou em 2020 no Novorizontino, clube tradicional do interior paulista. Também foi atleta, em SP, do Rio Preto e do Mirassol, nos dois anos seguintes.
Em 2022, mudou-se para o Rio Grande do Sul, onde passou a defender o Juventude. Foi lá que Tota acabou flagrado em chamada de vídeo, ao lado do zagueiro Paulo Miranda, com um dos aliciadores do esquema investigado, de dentro do vestiário do clube.
Ele ainda passou pelo Ypiranga, também do RS, antes de ser banido.