O tenista brasileiro Thiago Wild, número 172 do mundo, virou celebridade esta semana, depois de vencer o segundo colocado no ranking, o russo Daniil Medvedev, na primeira rodada do torneio de Roland Garros, em Paris, França.
A notoriedade pela façanha trouxe de volta aos noticiários uma acusação criminal contra o tenista paranaense. Wild foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em 2021, por violência doméstica.
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O processo, movido pela ex-esposa, a influenciadora digital Thayane Lima, corre em segredo de Justiça. Além disso, os oficiais ainda não conseguiram citá-lo, pois nas três vezes em que o procuraram em seu endereço no Rio não o encontraram.
“Fiquei surpresa com tanta repercussão, porque as pessoas esquecem. Ele estava melhorando no tênis e ninguém falava mais disso. Eu não o acompanho, não me interessa, então nem sabia da vitória. Mas depois da forma grosseira como ele respondeu sobre o processo a um repórter alemão muita gente me procurou. Imagine como ele me tratava, se foi arrogante numa coletiva mundial?”, declarou Thayane, em entrevista ao Globo.
“Fiquei um pouco indignada, confesso. Porque à época fui muito clara e mostrei as coisas que ele fez comigo, via Instagram. Mostrei, com aval da minha advogada, a questão da violência psicológica e física. Mas também prints de colocações dele de cunho machista, racista e nazista. Gente, é muito absurdo. Tudo isso é ‘apagado’ porque ele ganhou um jogo? Ele virou a melhor pessoa do Brasil? O Brasil o abraça?”, desabafou.
“O que mais me incomoda são comentários do tipo: ‘não interessa o que ele fez fora da quadra’. Se for seguir esta lógica, vamos idolatrar o goleiro Bruno? São crimes distintos, eu sei. Thiago não foi condenado, eu sei. Mas o processo existe e ele ainda não foi citado porque não o acham”, destacou a influenciadora.
Thayane também criticou a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). “Não entendo como a ATP permite que ele jogue. Tinha de ter alguma posição sobre isso. Até para ser motorista de aplicativo é preciso apresentar antecedentes criminais. E um dos alicerces do esporte não é ser contra a violência? Se ele foi denunciado em seu país, por que não o coloca na geladeira? Não estou falando em banimento, estou falando em esperar pelo processo”.
A influenciadora procurou uma advogada no momento em que decidiu se separar e quase foi despejada do apartamento em que morava com Wild. Ela anexou, ao processo criminal, prints de conversas com o tenista, em que ele a ridicularizava e ofendia. Usa palavrões e conta a amigos a respeito de aventuras sexuais com garotas de programa, durante o relacionamento com Thayane.
Ele chegou a dizer que "sim, sou um cara opressor e machista" e que ela sabia que "era pró-Bolsonaro". "Se eu não tivesse o mesmo posicionamento político que ele, eu era burra. E nunca tive", contou. Há mensagens em que ele escreve: "sua kenga", "cala a tua boca", "seu lixo".
Wild quase quebrou o dedo da influenciadora
Thayane relatou que o episódio de violência física ocorreu em um restaurante, quando o tenista foi contrariado por causa de uma selfie. Wild quase quebrou o dedo dela.
“Estávamos com os pais dele à mesa. Não podia fazer escândalo. Então, me agrediu embaixo da mesa. Uma pessoa que é capaz de quase quebrar o dedo de outra é capaz de dar um soco na cara também. Eu ia esperar a próxima agressão para me proteger?”, disse.
Thayane pediu medida protetiva à Justiça depois de uma briga. Atualmente, está nos Estados Unidos na casa de uma amiga e pensa na possibilidade de pedir asilo para permanecer definitivamente no país.