O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrou uma operação nesta quarta-feira (18), batizada como Penalidade Máxima II, já que a primeira parte dela foi realizada em fevereiro deste ano, para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra acusados de formarem uma quadrilha que atua na manipulação de resultados de jogos de futebol da 1ª divisão do Campeonato Brasileiro, popularmente conhecido como Brasileirão.
Entre os investigados estão o zagueiro Victor Ramos, da Chapecoense, o lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport, o meia Gabriel Tota, que atuou pelo Juventude e atualmente está no Ypiranga-RS, e o zagueiro Kevin Lomónaco, do Bragantino. Eles são suspeitos de terem sido cooptados para agir de forma deliberada em jogos do Brasileirão de 2022.
Segundo as investigações, a organização criminosa atuou de forma direta em ao menos partidas da Série A do Campeonato brasileiro do último ano. Os jogadores que teriam participado do esquema levavam cartões, cometiam faltas e pênaltis para direcionar os resultados dos jogos que participavam. O interesse em alterar o placar de um jogo está relacionado aos sites de apostas.
No começo do ano, a Operação Penalidade Máxima I desbaratou um esquema que manipulava resultados nos jogos da 2ª divisão, a série B do Brasileirão, e resultou no indiciamento de 14 pessoas, entre elas oito atletas profissionais. No caso da operação desta manhã, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) cooperou com os promotores goianos em três mandados de busca e apreensão em cidades gaúchas.
“A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo”, disse o MP de Goiás em nota divulgada à imprensa.
Os mandados foram autorizados pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores, de Goiânia (GO). As cidades onde ocorreram cumprimento desses mandados foram Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
À tarde, a diretoria da Chapecoense, clube onde o principal acusado atua, Victor Ramos, emitiu uma nota sobre a Operação Penalidade Máxima II e em relação às suspeitas que pairam sobre seu atleta. Confira a íntegra:
"A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de reiterar o seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos. O clube entende que tais condições são totalmente antidesportivas, ferindo os valores éticos e morais da modalidade. A respeito da “Operação Penalidade Máxima” e do cumprimento do mandado relacionado à ela em Chapecó – envolvendo um jogador do clube – a agremiação alviverde reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta. Por fim, tendo em vista as investigações, o clube destaca o seu compromisso em colaborar totalmente com as autoridades e oferecer todo o suporte e informações necessárias na apuração e esclarecimento do caso."