O bolsonarista Wallace Leandro de Souza, o jogador de vôlei que divulgou uma pesquisa, em suas redes sociais, estimulando o assassinato do presidente Lula (PT), pode ser banido do esporte.
Este é o desejo da Advocacia-Geral da União (AGU), comandada por Jorge Messias, que já encaminhou representações contra o ex-atleta da seleção brasileira ao Conselho de Ética do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e à Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).
A advocacia solicitou ao Conselho a instauração de processo disciplinar contra o atleta e a aplicação das penalidades máximas previstas nos dois códigos (do COB e da CBV): multa no valor de R$ 100 mil e banimento do esporte olímpico.
Bolsonarista fervoroso, Wallace fez uma enquete, na segunda-feira (30), ao ser indagado por um apoiador “se daria um tiro na cara do Lula com essa 12”, em relação à espingarda calibre 12.
"Alguém faria isso?", indagou Wallace na enquete com um emoji de anjo. A votação terminou com 64% dos apoiadores dizendo que "sim" e outros 36% afirmando "não".
Nesta terça (31), então, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, havia acionado a AGU para que o jogador fosse investigado e punido pela enquete em tom de ameaça. A ministra dos Esportes, Ana Moser, também tinha se manifestado: "Antes de atleta, o jogador Wallace é um cidadão brasileiro e deve responder às nossas leis e instituições".
Jogador afinou
Diante da provocação aos órgãos de investigação, Wallace resolveu recuar e divulgou um vídeo com uma tentativa de retratação, se referindo a Lula como "nosso presidente".
"Quem me conhece sabe muito bem que eu jamais incitaria violência em hipótese alguma, contra qualquer pessoa, principalmente nosso presidente. Então, venho pedir desculpas, foi um post infeliz, errei. Quando você erra, não tem jeito, tem que assumir o erro e se desculpar. Jamais tive a intenção de incitar violência, ódio, não é da minha pessoa, foi isso que o esporte me ensinou e não é isso que eu quero passar pra ninguém", declarou.