FALTA CLAREZA

A CBF e a dança das regras nas comemorações de gol

A escalada nas escadas se torna um terreno movediço, com a CBF e a Fifa adotando posturas opostas, deixando jogadores e torcedores perplexos

Imagem Ilustrativa.Créditos: Pixabay/Fotorech
Escrito en ESPORTE el

No universo do futebol, onde a paixão e a emoção se entrelaçam a cada gol marcado, as recentes polêmicas em torno das punições aplicadas pelos árbitros durante as comemorações dos jogadores têm trazido à tona não apenas divergências nas interpretações das regras, mas também críticas à postura da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

As diretrizes estabelecidas pela Fifa, órgão máximo do futebol mundial, buscaram equilibrar a celebração do jogo com a manutenção da ordem, orientando os árbitros a não considerarem as escadas de acesso do campo às arquibancadas como alambrado. No entanto, a CBF tomou um rumo diferente, considerando a subida nas escadas como conduta antidesportiva.

Essa discordância ficou evidente no Campeonato Carioca, em que a Comissão de Arbitragem da Ferj optou por seguir a orientação da Fifa. Contudo, casos emblemáticos, como o de Alecsandro, do Vasco, que recebeu cartão amarelo por usar um guarda-chuva durante sua comemoração, levantam questionamentos sobre a coerência da aplicação das regras.

A situação se agravou no jogo entre Flamengo e Bangu, quando Pará foi punido com um cartão amarelo por subir na escada para celebrar um gol. A Comissão de Arbitragem da Ferj, posteriormente, admitiu o erro do árbitro, sublinhando a falta de clareza nas instruções dadas aos juízes. Esse episódio, entre outros, destaca não apenas a inconsistência na aplicação das regras, mas também a falta de uma comunicação eficaz por parte da CBF.

A crítica ganha ainda mais peso no contexto da semifinal entre Vasco e Flamengo, quando Gilberto, já portador de um cartão amarelo, subiu na escada para comemorar um gol de pênalti. A confusão resultante desencadeou debates acalorados sobre as normas conflitantes e a aparente falta de alinhamento entre as entidades responsáveis.

Desconexão com diretrizes internacionais

Ao analisar esses eventos, é inegável que a CBF desempenha um papel crucial na estabilidade e coerência do futebol brasileiro. A falta de uma abordagem uniforme e clara em relação às regras de comemoração sugere não apenas uma lacuna na comunicação com os árbitros, mas também uma desconexão com as diretrizes internacionais estabelecidas pela Fifa.

A crítica à postura da CBF se acentua quando observamos a falta de resolução imediata para esses conflitos interpretativos. A ausência de uma abordagem padronizada contribui para um ambiente de incerteza, prejudicando não apenas a integridade do jogo, mas também a imagem do futebol brasileiro.

Em um esporte tão reverenciado e seguido como o futebol, é imperativo que as entidades responsáveis adotem uma abordagem mais coesa e alinhada às diretrizes internacionais. Enquanto as regras permanecerem ambíguas e sujeitas a interpretações divergentes, a cabeça do árbitro continuará sendo desafiada, mas é a clareza e a consistência por parte da CBF que se tornam essenciais para preservar a essência e a integridade do esporte mais popular do Brasil.

Temas