Depois de se desculpar por ter chamado o piloto britânico Lewis Hamilton de “neguinho”, com evidente conotação racista, o bolsonarista Nelson Piquet voltou atrás e manteve o que falou.
Durante participação no evento “Le Mans Classic”, que ocorreu na França, Piquet declarou que não disse nada de errado.
“Isso é tudo besteira, eu não sou racista. Não há nada, nada que eu disse errado. O que eu disse é uma palavra muito suave e até a usamos para alguns de nossos amigos brancos. Eu usei essa palavra quase um ano atrás na entrevista e eles inventaram isso. Isso me causou alguns problemas, mas para ser honesto com você, eu realmente não me importo”, afirmou o ex-piloto brasileiro, de acordo com o UOL.
Não foi isso que ele deu a entender depois da repercussão mundial em relação à forma como se referiu a Hamilton. Piquet não aguentou a pressão e pediu desculpas ao heptacampeão de Fórmula 1 e a todos os que foram afetados por ter se referido a ele de forma racista.
O ex-piloto bolsonarista ainda negou que tenha usado o termo "neguinho" com intenção de ofender, e afirma que o termo é comum no Brasil.
"O que eu disse foi mal pensado, e eu não vou me defender por isso, mas eu vou deixar claro que o termo é um daqueles largamente e historicamente usados de forma coloquial no português brasileiro como sinônimo de 'cara' ou 'pessoa' e nunca com intenção de ofender. Eu nunca usaria a palavra que estou sendo acusado em algumas traduções. Condeno veementemente qualquer sugestão de que a palavra tenha sido usada por mim com o objetivo de menosprezar um piloto por causa de sua cor de pele", afirmou.
"Eu me desculpo com todos que foram afetados, incluindo Lewis”, disse Piquet
Ao final, ele destacou: "Eu me desculpo com todos que foram afetados, incluindo Lewis, que é um grande piloto, mas a tradução em algumas mídias e que agora circula nas redes sociais não é correta. Discriminação não tem espaço na F1 ou na sociedade e estou feliz em deixar claro meus pensamentos sobre isso".
Mesmo com as desculpas, o ex-piloto pode ser investigado pelo Ministério Público. Isso porque deputadas do PSOL protocolaram junto à Procuradoria do Distrito Federal uma denúncia de racismo contra o brasileiro, que recentemente se tornou uma espécie de chofer de Jair Bolsonaro (PL), conduzindo carros em cerimônias com o presidente.