ACUSAÇÕES

Jogadora brasileira denuncia que sofreu cárcere privado e conduta abusiva no Barcelona

Gio Queiroz acusa o clube catalão de “abuso moral, assédio no local de trabalho e violência psicológica contra a mulher”

A jogadora Gio Queiroz espera punição para os envolvidos.Créditos: Reprodução/Facebook Gio Queiroz
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Emprestada pelo Barcelona ao Levante, da cidade de Valência, a jogadora brasileira Giovana Queiroz, conhecida no futebol como Gio Queiroz, denunciou que foi vítima de comportamento abusivo, pressão para não jogar pela seleção brasileira e, até mesmo, cárcere privado, entre outras condutas ilegais, durante sua passagem pelo tradicional clube catalão. Ela encaminhou uma carta ao presidente do Barça, Joan Laporta, contando tudo que sofreu.

Gio Queiroz, que completará 19 anos em junho, declarou que sua denúncia, com todos os detalhes, incluindo provas, já havia sido encaminhada à diretoria do clube e que os responsáveis pelo comportamento abusivo foram identificados.

A atacante explicou, ainda, que foi contratada pelo Barcelona em julho de 2020, com apenas 17 anos, e que, inicialmente, foi muito bem recebida pelas jogadoras e comissão técnica. O problema teve início quando ela recebeu a primeira convocação para a seleção brasileira.

“A partir desse momento, comecei a receber um tratamento diferente. Primeiro, recebi indicações de que jogar com a seleção brasileira não seria o melhor para o meu futuro dentro do clube. Apesar do assédio desagradável e persistente, não dei muita importância e atenção ao assunto”, destacou.

A atacante, que tem nacionalidade espanhola, estadunidense e brasileira, afirmou que integrantes do clube começaram a tratá-la “de forma abusiva” para que ela desistisse de defender a seleção.

Jogadora diz que foi submetida a confinamento ilegal pela chefe dos serviços médicos

Gio Queiroz denunciou, ainda, que em fevereiro de 2021 foi submetida a confinamento ilegal pela chefe dos serviços médicos. Ela teria afirmado que a jogadora havia mantido contato próximo a uma pessoa que estava com Covid-19.

“Desde o início, senti que os verdadeiros motivos do confinamento eram outros. Como a ordem da médica era contrária ao protocolo de saúde, entrei em contato diretamente com a Secretaria de Saúde da Catalunha e pedi esclarecimentos. A resposta foi clara e contundente. Meu caso não foi e não pode ser considerado um contato próximo, de acordo com o protocolo de saúde atual”, explicou a jogadora.

“Quando questionada, a chefe dos serviços médicos respondeu: ‘Seu caso é diferente. Fui autorizada a fazer um confinamento especial para você’. Eu, indignada, ainda perguntei: Como especial? Ela evitou o assunto e nunca me respondeu. No final, eles me trancaram ilegalmente e eu não podia sair de casa. Eu não podia treinar ou ter uma rotina normal. Eu estava devastado. Essa arbitrariedade também significou não viajar com a equipe para a final da Copa da Rainha”, lembrou.

Depois de cumprir a quarentena forçada, Gio teve autorização da Fifa para atuar pela seleção brasileira nos Estados Unidos, com conhecimento do Barcelona. Antes de viajar e durante o período de concentração, ela se submeteu a vários testes PCR, todos com resultados negativos.

Ao voltar ao Barça, a jogadora foi chamada para uma reunião com o diretor do clube. Ela, então, foi acusada de ter cometido grave indisciplina e que, portanto, seria afastada do time.

Acusaram-me injustamente de ter violado o confinamento, de ter viajado sem autorização do clube. Tentei mostrar que isso não era verdade. Ele foi inflexível, bastante agressivo e em tom ameaçador me disse: ‘Não se preocupe. Vamos cuidar bem de você’. Entrei em pânico. Temi pelo meu futuro”, relatou.

Depois do encontro, Gio afirma que foi vítima de situações humilhantes e constrangedoras

“Ficou claro que ele estava tentando destruir minha reputação, minar minha autoestima, degradar minhas condições de trabalho e subestimar minhas condições psicológicas”, avaliou.

“O fato de ser menor não parece ter sido um impedimento, um dilema moral para meu agressor. Ele planejou e executou cada um de seus ataques sem questionar. Ele certamente agiu com o sentimento de impunidade, que teve a proteção de sua posição dentro do FC Barcelona”, acrescentou.

“Também espero que o clube, por meio de seu presidente, se comprometa a implementar medidas eficazes para combater o problema, evidente e bem documentado, de abuso moral, assédio no local de trabalho e violência psicológica contra a mulher”, completou Gio Queiroz.

Com informações de EFE e FútbolUy

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