PRESSIONADO PELO FISCO

Abramovich diz que doará lucro com a venda do Chelsea para vítimas da guerra

Bilionário russo entrou no circuito dos oligarcas que serão investigados por países ocidentais por conta da proximidade com Vladimir Putin. Invasão da Ucrânia afetou gravemente negócios desses magnatas

Bilionário russo Roman Abramovich (YouTube/Reprodução).
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O bilionário russo Roman Abramovich, dono do time de futebol inglês Chelsea, informou na noite desta quarta-feira (2) que, concretizando-se a venda do clube, ele doará o lucro líquido da transação para uma fundação de assistência às vítimas da guerra na Ucrânia. O magnata anunciou que estava se desfazendo do negócio esportivo que adquiriu em 2003 após as sanções e operações fiscais anunciadas por vários países contra oligarcas de sua nacionalidade por conta da invasão do território ucraniano por tropas da Rússia.

O megabilionário, dono de um patrimônio de US$ 14,3 bilhões, e que é o 10° russo mais rico do mundo e a 142ª pessoas com maior fortuna no planeta, emitiu um comunicado no qual afirma que "instruiu a sua equipe para criar uma fundação de caridade em que todos os lucros da venda serão doados às vítimas da guerra na Ucrânia".

Amigo próximo de muitos anos do presidente russo Vladimir Putin, Abramovich se viu às voltas com autoridades fiscais de vários países, sobretudo do Reino Unido, o ameaçando com um pente-fino em seus negócios, como uma reação à investida violenta de Moscou contra a Ucrânia. Como as transações financeiras russas no mundo são conhecidas por seus aspectos obscuros, não só ele, mas vários outros compatriotas seus que são donos de fortunas bilionárias resolveram se desfazer de parte de seus impérios.

Venda foi anunciada mais cedo

O bilionário russo Roman Abramovich, proprietário do Chelsea, colocou à venda um dos principais clubes de futebol da Inglaterra. O empresário está sendo pressionado pelo congelamento de suas propriedades, sanção imposta pelo Reino Unido, após a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Abramovich, de 55 anos, é um dos cidadãos russos visados pelo Reino Unido, que pressiona pelo congelamento de ativos dos cidadãos russos que tenham alguma ligação com o presidente Vladimir Putin, além de serem donos de alto patrimônio na Inglaterra, como é o caso do russo.

Caso a sanção britânica se concretize, o empresário não poderia mais vender o Chelsea ou investir recursos, o que seria fatal para um clube de ponta como o seu.

Abramovich comprou o Chelsea em 2003 por 140 milhões de libras. Documentos recentes mostram que o clube tem uma dívida de 1,514 bilhão de libras, o equivalente a R$ 10,4 bilhões, em empréstimos por meio da empresa-mãe Fordstam Limited, controlada pelo próprio empresário.

O magnata suíço Hansjoerg Wyss declarou que Abramovich entrou em contato com as partes interessadas, na terça-feira (1), para sondar um potencial interesse.

“Abramovich está atualmente tentando vender todas as suas vilas na Inglaterra. Ele também quer se livrar do Chelsea rapidamente. Eu, junto com outras três pessoas, recebi uma oferta na terça-feira para comprar o clube”, afirmou Wyss, em entrevista publicada pelo jornal suíço Blick nesta quarta-feira (2)