IMBRÓGLIO

Se regra fosse cumprida à risca, França teria sido campeã; só que houve atualização

De fato, segundo regulamento da FIFA, partida teria terminado 3 a 2 para seleção europeia, na prorrogação. Mas há uma versão 2022/2023 que diz o contrário. Entenda a confusão

Mbappé e o presidente da França, Emmanuel Macron.França perde final da Copa para a Argentina e reclama de irregularidade no terceiro gol dos adversáriosCréditos: FIFA/Reprodução
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Não é incomum, depois de finais de campeonatos importantes, que o time derrotado reclame do resultado por conta de algum erro da arbitragem. Após o fim do duelo mítico entre Argentina e França pela taça da Copa do Mundo do Catar, resolvido nos pênaltis e com vitória dos sul-americanos, a seleção europeia e a imprensa daquele país passaram a reclamar de uma ocorrência que teria afetado o resultado final do jogo, invertendo a colocação final das equipes no torneio. Para sermos castiços em relação às regras do futebol estabelecidas por um estatuto da FIFA, sim, os franceses têm razão. Quer dizer, não exatamente, já que o ocorrido, de natureza rara, passou a ter outra normativa muito recentemente, o que gerou ainda mais encrenca.

O terceiro tento da Argentina, que foi também o primeiro da prorrogação (Mbappé ainda faria mais um pela França, empatando a partida em 3 a 3, levando-a às penalidades), foi marcado por Lionel Messi, num lance em que a bola não estufou a rede, mas entrou quase um metro no gol, não deixando qualquer dúvida quanto a isso. Mas o problema apontado pelos franceses aconteceu justamente nesse lance.

No momento em que a bola sobra para Messi chutar e marcar o terceiro gol da Argentina, dois companheiros seus, reservas, estava dentro do campo, na lateral esquerda do gramado.

O diário esportivo francês L’Équipe frisou que a regra da FIFA é clara e diz que “se, após a marcação de um gol, o árbitro tomar conhecimento antes de o jogo recomeçar que um jogador adicional estava em campo no momento em que o gol foi marcado, o árbitro deve anular o gol se o suplente for jogador, suplente, substituído, expulso ou membro da comissão técnica da equipe que marcou o gol; o jogo deve ser reiniciado com um tiro livre direto no local onde estava a pessoa extra”.

Por outro lado, houve quem respondesse ao choro francês com uma versão revisada (válida para 2022 e 2023) da FIFA que adiciona uma “orientação” para lances do tipo. O texto da entidade máxima do futebol acrescenta que, em situações como essa, o árbitro deve considera que “se a bola se dirigir ao gol e a interferência não impedir um jogador defensor de disputar a bola, o gol será validado se a bola entrar”.

Diante do imbróglio, há quem defenda a regra geral e histórica da FIFA, em vez de modificações que são apenas apêndices e orientações em relação à “lei do futebol”, ao passo que muitos afirmam que a “atualização dirigida ao biênio 2022/2023” é o que vale e, portanto, não houve nada de errado no lance.