A denúncia da procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra a jogadora de vôlei de praia, Carol Solberg, pede penalidade máxima e multa de R$ 100 mil, além de seis torneios de suspensão. Atleta foi denunciada por ter gritado "Fora, Bolsonaro" durante entrevista ao SporTV após vencer a etapa de Saquarema do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia.
De acordo com a coluna Olhar Olímpico, do UOL, a denúncia cita dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O 191 se refere a “deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição” e o 258 a “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código”.
Pelo primeiro, a punição varia de R$ 100 a R$ 100 mil. Pelo segundo, suspensão de "uma a seis partidas, provas ou equivalentes". Ainda de acordo com o UOL, o valor de R$ 100 mil seria equivalente ao que Carol recebeu de premiação na soma de todas as últimas 12 etapas do Circuito Brasileiro, realizadas durante quase dois anos.
O procurador-geral Fábio Lira destaca na denúncia que o regulamento da competição aponta a obrigação dos atletas em “não divulgar, através dos meios comunicações, sua opinião pessoal ou informação que reflita críticas ou possa, direta ou indiretamente, prejudicar ou denegrir a imagem da CBV e/ou os patrocinadores e parceiros comerciais das competições”.
Em entrevista à Folha, no entanto, Carol lembrou que durante a Liga Mundial de Vôlei, em 2018, Wallace e Maurício Souza posaram para foto da seleção masculina fazendo o número 17 com os dedos durante a campanha de Jair Bolsonaro à presidência. Na ocasião, a CBV se manifestou contra, mas não agiu por respeito a liberdade de expressão.
Segundo nota publicada pelo jornalista Juca Kfouri, em seu blog no UOL, o advogado que vai defender a atleta na denúncia do STJD será Felipe Santa Cruz, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).