"Fora Bolsonaro": Carol Solberg vira alvo do STJD após grito contra presidente

Atletas da seleção masculina que posaram para foto oficial exibindo o número do presidente durante as eleições de 2018 não sofreram qualquer punição desportiva

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A atleta de vôlei de praia Carol Solberg foi denunciada nesta segunda-feira (28) pela procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em razão do grito de "Fora, Bolsonaro" que deu durante entrevista ao SporTV após vencer a etapa de Saquarema do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia 2020/2021.

Segundo informações do colunista Demétrio Vecchioli, do Olhar Olímpico, do Uol, a denúncia enquadra a atleta em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O 191 se refere a "deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição" e o 258 a "assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código".

O procurador-geral Fábio Lira destaca na denúncia que o regulamento da competição aponta a obrigação dos atletas em "não divulgar, através dos meios comunicações, sua opinião pessoal ou informação que reflita críticas ou possa, direta ou indiretamente, prejudicar ou denegrir a imagem da CBV e/ou os patrocinadores e parceiros comerciais das competições".

Não há nenhuma vedação a manifestações políticas, mas a CBV manifestou “repúdio à utilização dos eventos para realização de quaisquer manifestações de cunho político (…) atos como esse denigrem a imagem do esporte” - utilizando termo considerado racista.

Em entrevista à Folha, Carol lembrou que durante a Liga Mundial de Vôlei, em 2018, Wallace e Maurício Souza posaram para foto da seleção masculina fazendo o número 17 com os dedos durante a campanha de Jair Bolsonaro à presidência. Na ocasião, a CBV se manifestou contra, mas não agiu por respeito a liberdade de expressão.

Em desabafo publicado no instagram, a atleta disse que seu grito foi pelo Pantanal, que arde em chamas, e pela tragédia sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus que e pela má gestão do governo Bolsonaro. “Vivemos em uma democracia e temos o direito de nos manifestar”, afirmou.

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