Liga francesa pune Neymar com 2 jogos de suspensão por reagir a insulto racista

Craque brasileiro foi xingado de “macaco filho da p…” pelo zagueiro espanhol Álvaro González. Agressor é eleitor do partido de ultra-direita Vox, aliado internacional da família Bolsonaro – que também é apoiada por Neymar

Reprodução/Twitter
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A LFP (Liga de Futebol Profissional da França) anunciou nesta quarta-feira (16) a suspensão do meia-atacante Neymar por 2 jogos, por ter reagido a um insulto racista que recebeu na partida deste domingo (13), do seu clube, o Paris Saint Gemain, contra o Olympique de Marselha.

A partida terminou 1x0 para o Olympique, mas teve seu momento mais tenso nos minutos finais, quando houve troca de ofensas e agressões entre atletas de ambos os times. No meio da confusão Neymar foi alvo de ofensas racistas, que teriam sido ditas pelo zagueiro espanhol Álvaro González.

Segundo o relato de atleta brasileiro, o rival o teria chamado de “macaco filho da p…”. Neymar reagiu agredindo o espanhol, e acabou sendo expulso de campo – o julgamento desta quarta foi em função desse cartão vermelho.

O Comitê Disciplinar da LFP avaliou vários casos relativos à briga no final da partida, e no caso de Neymar, decidiu por uma suspensão de duas partidas, que poderia ser estendida para uma terceira.

No caso do zagueiro Álvaro González, o Comitê decidiu abrir um processo de investigação a partir da denúncia de Neymar, mas sem previsão de quanto tempo tardará em chegar a uma conclusão.

González alega que não xingou Neymar, e que não é racista. Chegou inclusive a tirar fotos com colegas negros do elenco do Olympique. No entanto, seu histórico nas redes sociais indica outra coisa: o atleta é eleitor e entusiasta do Vox, partido de extrema-direita da Espanha, com forte discurso racista, anti imigração e nostálgico da ditadura de Francisco Franco (1938-1973). Inclusive, é seguidor as contas dos partidos no Twitter e no Facebook, e curte várias das postagens.

A curiosidade neste caso é que o Vox é um dos principais aliados internacionais da família Bolsonaro, que por sua vez também é apoiada politicamente, no Brasil, pela vítima do “voxista” Álvaro González, o meia-atacante Neymar.