Alvo de ataques racistas do colombiano Juan Pablo Ramírez na partida contra o Bahia, o jogador de futebol Gerson, do Flamengo, prestou depoimento nesta terça-feira (22) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) e afirmou que falou por todos que não têm voz contra o racismo.
"Estou aqui na delegacia, vim falar sobre o ocorrido. Quero deixar bem claro que não vim só para falar por mim. Vim para falar por minha filha, que é negra, meus sobrinhos, que são negros. Meu pai, minha mãe, amigos também, e por todos os negros do mundo sobre o fato que aconteceu. Hoje, graças a Deus, eu tenho um estado de jogador de futebol, onde eu tenho voz ativa para poder falar e dar força para que outras pessoas que sofrem racismo ou outros tipos de preconceito possam falar também", disse, em vídeo ao lado do vice-presidente jurídico do clube, Rodrigo Dunshee.
Gerson afirmou que, durante uma discussão ocorrida após o segundo gol do Bahia, no último domingo (19), Ramírez teria se irritado com a reclamação do flamenguista e dito “cala a boca, negro”. O volante também afirmou que Mano Menezes tentou justificar a ofensa de Ramírez e dito: “agora você é vítima, né?”