Hoje tenho voz para falar por outros que sofrem racismo, diz Gerson, do Flamengo, ao depor

Jogador do time carioca depôs em inquérito sobre ataques racistas do meia Ramirez em partido contra o Bahia no último domingo

Gerson (Foto: Reprodução)
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Alvo de ataques racistas do colombiano Juan Pablo Ramírez na partida contra o Bahia, o jogador de futebol Gerson, do Flamengo, prestou depoimento nesta terça-feira (22) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) e afirmou que falou por todos que não têm voz contra o racismo.

"Estou aqui na delegacia, vim falar sobre o ocorrido. Quero deixar bem claro que não vim só para falar por mim. Vim para falar por minha filha, que é negra, meus sobrinhos, que são negros. Meu pai, minha mãe, amigos também, e por todos os negros do mundo sobre o fato que aconteceu. Hoje, graças a Deus, eu tenho um estado de jogador de futebol, onde eu tenho voz ativa para poder falar e dar força para que outras pessoas que sofrem racismo ou outros tipos de preconceito possam falar também", disse, em vídeo ao lado do vice-presidente jurídico do clube, Rodrigo Dunshee.

https://twitter.com/Flamengo/status/1341389645662269441

Gerson afirmou que, durante uma discussão ocorrida após o segundo gol do Bahia, no último domingo (19), Ramírez teria se irritado com a reclamação do flamenguista e dito “cala a boca, negro”. O volante também afirmou que Mano Menezes tentou justificar a ofensa de Ramírez e dito: “agora você é vítima, né?”