Apesar do silêncio do Atlético-GO sobre o caso Mariana Ferrer, influenciadora vítima de estupro em Santa Catarina, o atacante Hyuri decidiu protestar em campo mesmo assim. Antes do jogo contra o Internacional, nesta terça-feira (3), o jogador ergueu a mão esquerda, marcada com um X, em ato simbólico contra a violência de gênero.
Em entrevista depois da partida, o atacante disse que pensou no protesto por conta própria e que jogadores devem se posicionar mais em casos como esse, especialmente por conta da visibilidade que têm na televisão.
"Eu nunca fiz nenhum tipo de protesto com ajuda de ninguém. Eu sempre preferi fazer por mim. Depois de tudo o que aconteceu hoje no caso da Mari, eu fiquei chocado. Tenho esposa, mãe, sobrinha, e acho que tamanho desrespeito com as mulheres é chocante ainda em 2020", disse Hyuri.
"Como forma de exemplo, no país e no mundo - jogadores de futebol estão na televisão todos os dias, toda semana - acho que a gente podia fazer mais cada um. Acho que a gente não pode ter medo, porque a gente precisa mudar as coisas nesse país", completou.
Diversos clubes protestaram nesta terça em referência ao caso Mariana Ferrer. Com diferentes mensagens, dezenas de clubes brasileiros fizeram postagens com a hashtag #JustiçaPorMariFerrer. Entre eles estão: Vasco da Gama, Botafogo (RJ), Fluminense (RJ), Bahia, Inter de Porto Alegre, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Fortaleza, ABC de Natal, Chapecoense, América (MG), Sampaio Corrêa (MA), Coritiba, Goiás, Paysandu, Santa Cruz (PE), CSA (AL), CRB (AL).
Corinthians, Flamengo e Sport também se referiram ao caso, mas com a hashtag #EstuproCulposoNãoExiste.
O protesto de Hyuri também serviu de provocação contra o próprio time, já que Atlético-GO também tem um histórico de violência contra a mulher. O clube contratou o goleiro Jean, que antes era do São Paulo, após ele ser preso nos Estados Unidos em dezembro do ano passado. A esposa dele, Milena Bemfica, havia feito uma live trancada no banheiro o acusando de agressão.