Presidente do Santos diz que Robinho pode voltar à Vila caso seja absolvido em segunda instância

Orlando Rollo defendeu o jogador, pediu “mais tolerância” e comparou a situação ao famoso caso da Escola Base

Foto: Ivan Storti/Santos FCCréditos: Ivan Storti/Santos FC
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Do Folha Santista

Apesar de toda repercussão do caso Robinho, o presidente em exercício do Santos, Orlando Rollo, confirmou que o contrato do jogador com o clube da Vila Belmiro foi apenas suspenso e será rescindido, definitivamente, somente em caso de condenação em instância superior na Justiça da Itália.

“Formalizamos com o Conselho Deliberativo sobre essa licença do contrato. Se em cinco meses, que vale o contrato, ele vier a ser absolvido em segunda instância, não vejo problema de ele voltar ao time. E, caso seja condenado, vamos pedir a rescisão”, declarou Rollo.

A decisão teria desagradado até mesmo inúmeros conselheiros do seu grupo político dentro do clube, que aconselharam o dirigente a rescindir o vínculo com Robinho e não apenas manter o contrato suspenso.

Rollo defendeu o atacante e pediu que as pessoas tenham “mais tolerância”. “Temos que apedrejar menos e ter mais tolerância. Não posso emitir juízo de valor sobre os áudios. A sentença é volumosa, de centenas de laudas. E temos que ter opinião após analisar o processo como um todo. Tenho total desprezo pelo que foi dito nos áudios. Não quero antecipar julgamento. Quem sou eu para julgar? Temos que aguardar o desfecho do processo”, disse.

O presidente em exercício é policial civil e, inclusive, tem fotos, em suas redes sociais, de um curso que realizou na Swat, esquadrão especial da polícia dos Estados Unidos.

“Nos meus 18 anos de polícia, já prendi dezenas de estupradores. Já investiguei dezenas de estupradores. Já levei à condenação dezenas de estupradores”, afirmou.

“Então, eu efetivamente luto contra esse crime, inclusive um caso que ficou muito conhecido em Santos, o do Maníaco do Ônibus, que atacava mulheres nos ônibus, fui eu que prendi. Mas acho que o Robinho precisa ter liberdade para se defender. Podemos estar diante de um novo caso da Escola Base”, comparou.

Erro policial

Rollo fez referência a um emblemático caso de erro policial, ocorrido em 1994. Os proprietários, uma professora e o motorista de uma escola infantil chamada Base, em São Paulo, foram acusados de cometer práticas sexuais com crianças.

A escola foi fechada, diante da revolta da opinião pública, provocada por setores da imprensa e pela investigação equivocada da polícia, os envolvidos foram perseguidos, humilhados e perderam tudo. Mais tarde, foi comprovado que todos eram inocentes e não houve nenhum tipo de violência contra as crianças.

Robinho foi condenado, em primeira instância, a nove anos de prisão por ter participado de um estupro coletivo de uma jovem de origem albanesa, durante sua passagem pela Itália, em 2013.