A presidenta do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) partiu pra cima do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, ao lado de Ricardo Nunes (MDB), disparou fake news bizarra contra Guilherme Boulos (PSOL) durante coletiva na sede do governo paulista.
Ao conversar com jornalistas, Tarcísio de Freitas afirmou que a facção criminosa PCC orientou voto em Boulos; no entanto, o governador não apresentou qualquer prova. A campanha do candidato do PSOL acionou a Justiça Eleitoral.
Te podría interesar
Por meio de suas redes, Gleisi Hoffmann afirmou que a atitude de Tarcísio de Freitas foi “canalha”, “covarde” e “típica de quem segue Bolsonaro”.
"É inacreditável a canalhice do governador de São Paulo. Tarcísio deixou para espalhar na manhã da eleição a maior fake news de toda a campanha. É um crime dos mais graves a divulgação pelo governo de São Paulo de bilhetes apócrifos tentando associar a campanha de Boulos e Marta a uma facção criminosa", iniciou Gleisi.
Te podría interesar
Em seguida, a presidenta do PT afirma que medidas serão tomadas contra Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes. "Deixou para espalhar essa mentira só hoje para tentar escapar da Justiça Eleitoral. Armação rasteira e covarde. Típica dos seguidores de Bolsonaro, como Tarcísio e Nunes. Além de crime eleitoral, é um ataque e uma ofensa aos eleitores e eleitoras de Boulos e Marta. Não vamos deixar isso assim", concluiu Gleisi.
Confira a declaração de Gleisi Hoffmann no vídeo abaixo:
Defesa de Boulos pede cassação da chapa de Nunes e inelegibilidade de Tarcísio
Em meio à votação no segundo turno da eleições neste domingo (27), a defesa de Guilherme Boulos (PSOL) entrou com uma ação na Justiça Eleitoral em que pede a cassação da chapa de Ricardo Nunes (MDB) e do coronel bolsonarista Mello Araújo (PL), além da inelegibilidade do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que implicou, sem provas, que o PCC teria dado "salve" para votação no candidato do PSOL.
LEIA TAMBÉM:
Sujo, Tarcísio faz dobradinha com a Folha, paga por Nunes, para implicar voto do PCC em Boulos
"Trata-se de gravíssima tentativa de influenciar no resultado do pleito, no dia da eleição, de uma forma jamais vista no Estado de São Paulo. A utilização do cargo de Governador do Estado com a finalidade de interferir no resultado da eleição, no dia da votação, é evidente. A finalidade eleitoral fica clara pela escolha do momento para divulgação da coletiva, durante o horário da votação, com a presença dos candidatos abertamente apoiados pelo atual governador, todos com adesivo de propaganda dos candidatos representados em suas camisas", diz a defesa do candidato do PSOL.
A ação pede investigação judicial eleitoral para apurar abuso de poder político e uso indevido dos veículos de comunicação social, que propagaram a fake news divulgada pelo governador.
Diferentemente do que disse Tarcísio, a Justiça Eleitoral negou em nota que tenha recebido quaisquer denúncias referentes a comunicados da organização criminosa orientando votos.
"Tem-se, portanto, uma ação coordenada entre o Governador do Estado e os demais réus, juntamente com sua campanha, para difundir essas acusações, de forma abusiva e criminosa, durante o horário de votação", diz a ação.
Leia a íntegra.
Desespero
Tarcísio apareceu ao lado de Nunes, seu aliado, no inicio da tarde deste domingo (27), afirmando que integrantes do PCC teriam orientado familiares a votarem em Boulos. A declaração foi dada a jornalistas no colégio Miguel Cervantes, na zona sul, no local onde Tarcísio vota.
Trata-se de uma clara tentativa de intervenção do governador, em pleno exercício do seu cargo, de interferir no processo eleitoral. Tarcísio comentou sobre um comunicado emitido pela SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) de São Paulo, que teria interceptado mensagens de membros do PCC orientando votos em algumas cidades do estado.
"A gente vem alertando isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho grande de inteligência, temos trocado informações com o Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas", disse. Perguntado sobre qual era o candidato no qual o PCC estaria orientando voto, ele respondeu: "Boulos".
Boulos classificou a declaração de Tarcísio como "inacreditável" e "extremamente grave", ressaltando que o governador não apresentou qualquer tipo de prova e que ventilou o assunto em uma tentativa de interferir nos resultados da votação que ocorre neste domingo.
"É inacreditável, uma declaração extremamente grave, sem nenhum tipo de prova. Olha o nível! Eles devem estar fazendo pesquisas que devem estar mostrando a onda de mudança, a onda de virada, e partiram pro desespero absoluto. É inacreditável o que está acontecendo para tentar influenciar as eleições, tentar botar medo nas pessoas", declarou o candidato do PSOL.
Guilherme Boulos afirmou, ainda, que a tentativa de Tarcísio de associá-lo ao PCC é tão grave contra o laudo falso divulgado por Pablo Marçal (PRTB) às vésperas do primeiro turno da eleição. O documento tentava associar Boulos ao uso de cocaína.
"No dia da eleição o governador faz uma declaração irresponsável, mentirosa. Olha a gravidade. Estão usando a máquina pública, na voz do próprio governador, inventando uma mentira à uma da tarde no dia da eleição".