O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Leandro Soares, esteve no Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (9) para falar sobre o cenário da retomada da industrialização do país com o governo do presidente Lula (PT). Ele destacou os números alcançados com o programa Nova Indústria Brasil, lançado em 2024.
Soares ainda comparou os avanços nos governos Lula 1 e 2 e Dilma 1 com a gestão de Michel Temer e Jair Bolsonaro (PL). Durante o período de governo dos petistas, Sorocaba saiu de 19 mil metalúrgicos para 45 mil e chegou a emplacar 3.600.000 veículos em 2011, segundo o presidente.
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"Depois do golpe em 2016, com Temer e Bolsonaro, acabou-se a política industrial, acabou com toda a política de investimento na indústria e nós sabemos que não existe país desenvolvido que não tenha por trás da sua economia uma indústria forte", afirmou Soares.
O presidente ainda fez questão de destacar que a Lava Jato também contribuiu para o enfraquecimento da indústria no país, e classificou as medidas de Sergio Moro e Deltan Dallagnol como "desserviço". Soares disse que há pesquisas que afirmam que o país perdeu mais de 2,5 milhões de postos de trabalho por causa da Lava Jato. "Somente em Sorocaba nós perdemos 10 mil postos de trabalho".
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Soares ressaltou que o ritmo de crescimento só foi retomado com o trabalho político, em Sorocaba e região, de dialogar com as empresas, buscar investimento, manter direitos e ampliar benefícios, tudo isso alinhado à nova política do presidente Lula.
"Nesse exato momento nós representamos 49 mil metalúrgicos, e graças à Nova Indústria Brasil, a perspectiva aqui, por conta dos investimentos anunciados pela Toyota, JCB, NAL do Brasil, é chegar a 60 mil postos de trabalho em 2030. Esse é o impacto da Nova Indústria Brasil no país e, consequentemente, em Sorocaba", disse.
O sindicalista também fez questão de destacar que, como ressalta Lula, foi preciso reconstruir o Brasil política e economicamente "Porque o Brasil foi destruído pelo Bolsonaro a todo o custo para se reeleger. Ele usou tudo que ele podia de fundos, inclusive do dólar, da Caixa Econômica, para comprar votos para ser eleito e não conseguiu", diz Soares.
"O presidente Lula reconstruiu o país. Agora, é hora de colher tudo que foi plantado nesses dois anos. E a Nova Indústria Brasil nos traz essa perspectiva", acrescentou.
Ele ainda disse que não é à toa que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu nos últimos dois anos puxado pela indústria. "É onde está o maior valor agregado, onde estão os melhores benefícios e os melhores direitos. Ou seja, cresce a cadeia produtiva e cresce também os empregos e automaticamente os direitos e os benefícios desses trabalhadores. É o que o presidente sempre fala, é fazer com que a roda da economia gire", afirmou.
Fim da escala 6x1
O presidente do sindicato também falou sobre o movimento popular que ganhou força nos últimos meses pelo fim da escala 6x1, que chegou a resultar na apresentação de uma PEC na Câmara dos Deputados para redução da jornada de trabalho. Soares destacou que a escala é "desumana" e que não cabe mais em nosso país. Ele também apontou que esse debate favorece principalmente o comércio, mas que dentro da categoria metalúrgica já há implementação de jornadas de 40 horas semanais negociadas com sindicatos.
"Nós sabemos dos impactos positivos que isso traz para a vida dos trabalhadores e das trabalhadoras. É mais tempo com seu familiar, com seus amigos, é mais tempo para estudar, para se qualificar, para o lazer. Então, nós entendemos que o momento é agora. Redução de jornada sem redução de salário é agora", afirmou.
Ele também explicou que o que tem que ser discutido é a redução da jornada, pois a escala depende de segmento por segmento. O sindicalista acrescentou que nesse sentido é papel do sindicato conseguir avanço através de acordos coletivos com as empresas.
Soares também destacou o exemplo do Japão, para onde viajou no final de março com a comitiva do presidente Lula para representar os metalúrgicos. No país asiático, a jornada de trabalho já é de 4 dias na semana, pois já não se encontra mais mão de obra jovem para entrar no mercado de trabalho.
"Então, estão tendo que contratar, inclusive, aposentados e mulheres para trabalhar em setores que até então não trabalhavam. E no Brasil não será diferente". Ele acrescentou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a estar presente na reunião com os representantes sindicalistas japoneses e ouviu as dificuldades que estão ocorrendo no país asiático.
"E o Brasil não vai ser diferente, porque se nós não discutirmos a redução de jornada agora, não terá mão de obra para, inclusive, atender às necessidades do mercado. Eu acho que mais do que nunca é necessário esse debate", defendeu.
Confira a entrevista completa de Leandro Soares ao Fórum Onze e Meia
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