Cerca de 72 horas após prometer, em evento do Banco BTG Pactual desgastar o governo Lula e defender "todo mundo taxado acima dos R$ 50 mil”, em relação à medida que compensa a isenção do Imposto de Renda daqueles que ganham até R$ 5 mil, Ciro Nogueira, presidente do PP, afirmou que apresentou ao Senado uma proposta para cumprir o prometido aos endinheirados.
Em publicação na rede X, Nogueira diz que a proposta mantém a isenção para aqueles que têm renda até R$ 5 mil, "mas oferece formas mais eficientes e justas de equilibrar as contas públicas".
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Na prática, o ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), um dos articuladores do Orçamento Secreto junto a Arthur Lira (PP-AL), pretende retirar o imposto dos endinheirados.
"Nosso maior compromisso é com o Brasil, por isso sempre apoiaremos medidas positivas para a população. No entanto, não podemos nunca deixar de lado a preservação de empregos e o equilíbrio tributário do País", emendou o senador, defendendo que ricos não paguem impostos.
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"Compensação"
No evento, em que debateu com o ex-ministro Edinho Silva (PT), Nogueira adulou a plateia, formada pela burguesia financista, prometendo justamente “ver a questão da compensação” do Imposto de Renda.
Segundo reportagem de Cleber Lourenço, no ICL, um dos financistas presentes mostrou preocupação com a medida dizendo que “aqui está todo mundo taxado acima dos 50 mil”.
Nogueira então respondeu que é preciso “ver a questão da compensação”, o que anunciou hoje nas redes.
O senador bolsonarista ainda prometeu a investidores desgastar o governo Lula com uma "contenção" da oposição no Congresso Nacional.
Em áudio obtido pelo site ICL Notícias, o senador sinaliza desejar o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirma que o movimento é inviável pelo fato do mandatário ter, no mínimo, 30% de apoio popular, defendendo uma estratégia para enfraquecer o governo, mirando 2026.
"É muito semelhante com o que acontece no governo Dilma, quando nosso partido saiu e desencadeou todo o processo de impeachment. Só que uma coisa é você tirar a Dilma (...) Costumo a dizer que quem faz impeachment de presidente não é o Congresso, é a população. A Dilma foi tirada porque ela tinha 7% [de aprovação]. O Lula tem um piso de 30%, então, não vai cair, não. E eu acho que seria muito traumático para esse momento econômico", afirma.
Em outro momento, porém, Ciro Nogueira prometeu "conter" o governo Lula, deixando claro seu objetivo de enfraquecê-lo para que a extrema direita volte ao poder nas próximas eleições.
“Não vai haver rompimento institucional, mas o Congresso vai segurar. Vai ser a contenção até 2026”, disparou o senador. E continuou: “O eleitor está pronto para migrar. Esse governo já deu o que tinha que dar”.