Nesta semana, um relatório da consultoria americana Grizzly Research gerou polêmica ao acusar a corretora brasileira XP de operar um esquema de pirâmide financeira.
Em nota, a XP classificou as alegações como "falsas, incorretas e imprecisas" e afirmou que adotará "todas as medidas legais cabíveis" contra a empresa.
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A Grizzly Research, em seu relatório, acusou a XP de estar "executando um esquema Ponzi massivo", no qual os retornos pagos aos investidores viriam de novos aportes, e não de lucros reais.
O foco da denúncia é o fundo Gladius, da XP, que teria retornado mais de 2.419% nos últimos cinco anos com baixa volatilidade. Segundo a consultoria, o segredo do fundo estaria nos Certificados de Operações Estruturadas (COEs), produtos que a XP "empurraria" para seus clientes.
A Grizzly afirmou ainda que conversou com ex-funcionários e pessoas com conhecimento interno do fundo Gladius, que teriam relatado que o fundo "está pagando indevidamente novos prêmios que recebe da venda de produtos COE para a XP como lucros".
O relatório compara a operação ao famoso caso de Bernie Madoff, responsável pelo maior esquema de pirâmide da história, descoberto em 2008, que ocorreu no coração de Wall Street.
Em resposta, a XP destacou que cumpre "todas as normas estabelecidas por órgãos reguladores, como CVM, SEC e Banco Central", e que suas operações são auditadas regularmente por instituições independentes. A empresa reforçou seu compromisso com "ética, transparência, conformidade regulatória, governança e cumprimento da lei".
Após a divulgação do relatório, as ações da XP caíram 5,61% na Nasdaq, fechando a US$ 14,12. A corretora, ligada ao Itaú Unibanco, nega as acusações e promete defender sua reputação judicialmente.