Em 2024, Japão e Alemanha, duas das maiores economias do mundo e membros do G7, entraram oficialmente em recessão, segundo dados do World Economic Outlook Update do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ambos os países registraram um crescimento negativo do PIB de -0,2% no ano, em meio a uma combinação de desafios estruturais e pressões externas.
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O Japão, uma potência tecnológica que despontou como símbolo do desenvolvimento na Ásia a partir dos anos 1980, tem enfrentado dificuldades econômicas substanciais.
O fraco consumo doméstico, que representa 50% do PIB, foi um dos principais motivos. A alta nos preços de alimentos e energia, combinada com salários estagnados e uma taxa de poupança negativa das famílias, reduziu o poder de compra dos japoneses.
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Além disso, a depreciação do iene, que atingiu mínimas de 30 anos frente ao dólar, elevou os custos de importação, já que o país depende de 94% de sua energia e 63% de seus alimentos do exterior. Vale lembrar: a dívida externa do país supera os 200%.
O envelhecimento populacional e o terremoto na Península de Noto em janeiro de 2024 agravaram ainda mais a crise, agravada pela instabilidade política e pela dependência dos EUA.
A Alemanha, por sua vez, está em recessão pelo segundo ano consecutivo. O setor industrial, especialmente os segmentos de automóveis e maquinários, sofreu com a concorrência chinesa e os altos custos energéticos após o corte de laços com a economia russa.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial caiu para 40,6 em setembro de 2024, indicando uma contração prolongada. Simultaneamente, a crise política que se aprofunda no país com a queda de Olaf Scholz e a ascensão da extrema direita causam mais incertezas no cenário alemão.
O crescimento projetado para ambos os países em 2025 é pequeno: 0,3% para a Alemanha e 1,1% para o Japão, segundo o próprio FMI.
Ambos os países, com economias diretamente atreladas aos EUA e duramente impactados pela Guerra na Ucrânia e pelas pressões anti-China de Washington, parecem ter um caminho econômico difícil para os próximos anos.