O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (24) pelo Banco Central, apontou um novo aumento na projeção da inflação para 2025.
A pesquisa, feita com representantes da Faria Lima e do mercado financeiro, aumento a expectativa do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,60% para 5,65%, reforçando a pressão por juros elevados.
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A projeção para a taxa básica de juros foi mantida em 15% ao ano, indicando que os analistas do mercado financeiro seguem pressionando por uma Selic elevada "para conter a inflação".
A projeção está estagnada nesse patamar há quatro semanas, sem sinais de redução no curto prazo. Vale lembrar que, em janeiro, a inflação foi de 0,11%, a menor da história para o mês.
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Apesar da previsão de inflação mais alta, a projeção para o câmbio sofreu leve redução. O dólar, que atravessa uma queda histórica — saindo de R$6,17 no início de 2025 para R$ 5,71 na cotação desta segunda-feira (-7,61%) —, teve projeção ajustada.
A moeda saiu de R$ 6 da semana passada e agora tem previsão de R$ 5,99. O movimento sugere um ligeiro otimismo em relação ao real, cedendo à queda.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o mercado manteve sua projeção de crescimento em 2,01% para 2025, sem alteração em relação à semana anterior. O resultado indica estabilidade nas expectativas para o desempenho econômico do país.
Outros indicadores também apresentaram mudanças. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), utilizado para reajustes de contratos de aluguel, teve alta na projeção, passando de 5,03% para 5,35%.
O mesmo ocorreu com a balança comercial, cuja previsão de superávit subiu de US$ 76,00 bilhões para US$ 76,70 bilhões.
O mercado também manteve as projeções para o resultado primário do governo, fixando o déficit em 0,60% do PIB para 2025. Já a dívida líquida do setor público teve leve revisão para baixo, passando de 66,10% para 65,95% do PIB.
O Boletim Focus é elaborado a partir de entrevistas com especialistas do mercado financeiro e é considerado uma espécie de "voz da Faria Lima", sendo divulgado pelo Banco Central do Brasil.
Nos últimos anos, as previsões do Focus têm se mostrado pessimistas em relação ao governo Lula. Em 2023, por exemplo, o PIB surpreendeu ao registrar um crescimento de 2,9%, superando as projeções iniciais de 0,78%. Um cenário semelhante se repetiu em 2024: enquanto o Focus estimava um avanço de 1,59%, o governo apresentou um crescimento de 3,5%, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
