O mercado de trabalho formal registrou alta de 16,5% nas vagas com carteira assinada em 2024, com a indústria respondendo por 76% desse crescimento, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) divulgado nesta terça-feira (18).
Os dados, baseados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), reforçam o impacto da retomada industrial, que avançou 3,1% no ano passado, impulsionada por políticas federais do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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O saldo de empregos formais atingiu 1,694 milhão de postos em 2024, com 239,5 mil vagas a mais que em 2023. Desse total, 181,8 mil foram gerados pela indústria, que registrou salto de 145,5% no saldo de contratações — desempenho superior ao de serviços (+22,3%) e comércio (+7,7%).
“Sete a cada dez novas vagas formais criadas no ano passado vieram da indústria. Muito do incremento do saldo de postos de trabalho no setor formal dependeu da indústria. Foi um bom momento do setor, até mesmo pode-se dizer que foi um ‘outlier’ [que se diferencia muito dos demais] diante do histórico dos últimos anos”, afirmou Janaína Feijó, uma das autoras do estudo.
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Todos os 27 estados tiveram saldo positivo, com destaque para São Paulo (459.371 empregos), Rio de Janeiro (145.540) e Minas Gerais (139.503). As regiões Nordeste (+4,34%) e Norte (+5,07%) lideraram em crescimento proporcional, com recuperação expressiva no Rio Grande do Sul após as enchentes.
A renda também apresentou avanço: o salário médio real de admissão chegou a R$ 2.177,96, alta de 2,9% frente a 2023 (R$ 2.122,94).
Apesar do cenário positivo, a manutenção de juros elevados pelo Banco Central em alta ainda dificulta o crescimento do setor industrial e produtivo. Mesmo assim, o acumulado de dois anos (2023-2024) mostra 3,1 milhões de empregos formais criados.