A deputada federal Gleisi Hoffmann, que é presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, apresentou nesta quinta-feira (12) um projeto de lei (PL) que tem por objetivo proibir a publicidade das chamadas bets, as casas de apostas digitais que inundaram o Brasil nos últimos anos. A parlamentar justifica que algo precisa ser feito contra o negócio que vem cada vez mais viciando frações da população e levando famílias inteiras à ruína.
“A nosso ver, a vedação das ações de comunicação, publicidade e marketing relacionadas às loterias de apostas de quota fixa é essencial para reduzir a exposição da população a conteúdos que podem induzir ao comportamento de risco”, explicou Gleisi.
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O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) também é autor de um PL no mesmo sentido. Ele alerta para os impactos assustadores na qualidade de vida dos brasileiros que estão cada vez mais se viciando nas apostas online e se endividando para seguir jogando.
“As casas de apostas, conhecidas como bets, invadiram o país nos últimos tempos. E se transformaram em problema em vários aspectos, pois já criou uma legião de viciados, arruinando financeiramente famílias e adoecendo apostadores”, diz Lopes.
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Compromisso com uma sociedade mais justa
Em mensagem encaminhada ao Congresso Nacional na apresentação de seu projeto de lei, a deputada Gleisi Hoffmann instou os parlamentares a agirem contra a inundação publicitária que promove os jogos de apostas e lembrou que a função do Legislativo é a de proteger o direito dos cidadãos e propiciar a construção de uma sociedade mais justa.
“Este projeto de lei, ao promover as referidas mudanças, reafirma o compromisso do Parlamento com a proteção dos direitos dos cidadãos e com a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada, onde os interesses econômicos não se sobrepõem ao bem-estar da população. A aprovação desta inciativa é, portanto, medida necessária e urgente para assegurar a integridade e a saúde financeira dos brasileiros”, justifica a deputada na mensagem que acompanha seu PL.
Os números envolvendo a jogatina no Brasil assustam. Nos últimos cinco anos, aponta um relatório do Instituto Locomotiva, os apostadores no país chegaram a 52 milhões de pessoas, praticamente um quarto da população, sendo que 79% deles estão nas classes C, D e E, as mais pobres. No mesmo levantamento há um dado ainda mais alarmante: 45% dos jogadores admitem que as apostas causaram prejuízos financeiros e 37% dizem usar o dinheiro destinado às despesas da casa fazer apostas.
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