Na última sexta-feira (16), os preços do ouro atingiram níveis sem precedentes, alcançando um novo recorde histórico de US$ 2.521,36 por onça (cerca de 31g).
Esse marco representa um aumento significativo de 0,7% para o dia, com o valor do precioso metal continuando a subir em meio a uma crescente incerteza econômica e expectativas de cortes nas taxas de juros pelo banco central dos EUA.
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Eventuais cortes na taxa de juros podem ser lidos por parte do mercado com uma possível desvalorização do dólar, o que fortalece a compra de ouro.
O preço recorde significa que uma barra de ouro padrão, pesando 400 onças (12,4 kg), agora vale mais de US$ 1 milhão, um limiar que foi cruzado pela primeira vez na sexta-feira, quando os preços superaram a marca de US$ 2.500.
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O ouro à vista subiu 2,1% para US$ 2.508,82 a onça, às 16h06 em Nova York na sexta-feira. A prata e o paládio também avançaram, enquanto a platina permaneceu pouco alterada.
A alta nos preços do ouro reflete um aumento na incerteza e um deslocamento dos investidores para ativos mais seguros, juntamente com o potencial de reduções nas taxas pelo Fed.
Antonio Ernest Di Giacomo, analista de mercado sênior da plataforma de negociação XS, declarou ao britânico The Guardian que "a alta de preço acima de US$ 500 por onça reflete uma crescente incerteza econômica e a busca contínua dos investidores por segurança. Com os fatores geopolíticos e monetários impulsionando esse movimento, o ouro está se identificando como um refúgio em tempos de volatilidade."
De acordo com o banco de investimento UBS, os preços do ouro poderiam atingir US$ 2.600 por onça até o final de 2024. Os participantes do mercado estão particularmente interessados em um pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira, no resort de Jackson Hole, em Wyoming, procurando indicadores de que os formuladores de políticas estão inclinados a fazer cortes em sua próxima reunião, marcada para 18 de setembro.
Além dos EUA, outros grandes bancos centrais já começaram a reduzir as taxas de juros, com o Banco Central Europeu fazendo cortes em junho e o Banco da Inglaterra seguindo o mesmo caminho no início deste mês.
A recente redução da taxa básica para 5% pelo Banco da Inglaterra já começou a resultar em taxas de juros hipotecárias mais baixas para alguns mutuários, uma vez que sete dos dez maiores credores do Reino Unido estão promovendo negócios de taxa fixa abaixo de 4%.
Isso também deve impactar o Brasil, com a redução do valor do dólar e possíveis cortes na taxa de juros brasileira, que está em um dos maiores patamares do planeta.