ECONOMIA

Efeito Lula: emprego com carteira assinada volta a crescer pela primeira vez desde 2015

Mais de 100 milhões de brasileiros estão trabalhando, revelam dados da Pnad Contínua

Presidente Lula e Ministro do Trabalho e do Emprego, Luiz MarinhoCréditos: Ricardo Stuckert/PR
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Os dados da PNAD Contínua foram revelados pelo IBGE nesta sexta-feira (21) e a grande manchete é a volta do crescimento dos empregos com carteira assinada pela primeira vez desde 2015.

Os dados, referentes ao ano de 2023, mostram que, pela primeira vez na história, a população brasileira ocupada alcançou 100,7 milhões de pessoas. Isso representa um crescimento geral de 1,1% em comparação a 2022 e 12% em comparação a 2012.

Em 2023, o número de empregos com carteira assinada voltou à trajetória de crescimento, alcançando 37,4% da população ocupada - ante a 36,3%, em 2022. São mais de 37,7 milhões de brasileiros empregados, o maior número da série histórica.

Além disso, o número de empregos sem carteira caíram 0,3% na comparação com 2022. O setor público se manteve estável e os autônomos cresceram, o que indica uma tendência de precarização do trabalho.

Tendência na precarização

Apesar do crescimento dos empregos formais, os dados também indicam um aumento dos trabalhadores na modalidade de pejotização e empreendedores autônomos.

“Nos últimos anos, há cada vez mais trabalhadores inseridos na ocupação de forma independente, seja na informalidade ou até mesmo por meio de contratos flexíveis, intensificados pela reforma trabalhista de 2017. Além disso, atividades que tradicionalmente registram maior cobertura sindical, como a indústria, vêm retraindo sua participação total no conjunto de trabalhadores e, portanto, no contingente de sindicalizados”, analisa a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

Um indício disso é o nível de sindicalização: apenas 9% dos trabalhadores brasileiros são sindicalizados, outro ponto de alerta para o instituto e para a qualidade dos empregos no Brasil.

“Entre 2012 e 2023, o percentual das pessoas associadas a sindicato dentro da população ocupada passou de 16,1% para 8,4%, uma queda de quase oito pontos percentuais (p.p.). Ao mesmo tempo, o nível de ocupação [percentual de pessoas ocupadas na população de 14 anos ou mais] caiu até 2017, no período em que o Brasil passou por uma crise econômica. A partir daí, o nível da ocupação voltou a se recuperar, mas a queda no percentual de sindicalizados se intensificou”, diz o analista da PNAD Contínua William Kratochwill.

Com informações de Agência Brasil e Agência IBGE.