INFLAÇÃO

O que o RS produz e que pode aumentar de preço com a tragédia das inundações

Um dos itens que mais preocupa o governo federal é o arroz, visto que o estado gaúcho responde por 70% da produção

O que o RS produz é que pode aumentar de preço com a tragédia das inundações.Créditos: Reprodução /InstagramPH_Chico (Chico Santana)
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O estado do Rio Grande do Sul vive uma enorme tragédia decorrente das fortes chuvas que produziram enchentes jamais vistas na história do Brasil. A tragédia gaúcha também é decorrente da ausência de políticas públicas dos governos locais de enfrentamento às mudanças climáticas.

De acordo com os últimos dados, mais de 1,4 milhão de gaúchos foram atingidos pela chuva no estado, que já contabiliza 90 mortes. Até este momento, 132 pessoas estão desaparecidas e 361 feridas.

Segundo dados da Defesa Civil do RS, há 207,8 mil pessoas fora de casa. Deste montante, 48,8 mil estão em abrigos e 159 mil estão desalojados. Dos 497 municípios, 401 estão com problemas relacionados às chuvas e enchentes.


Impacto na produção de alimentos 


Além de todo o impacto nas vidas das pessoas que vivem no Rio Grande do Sul, outra questão tem preocupado os governos locais e nacional: o impacto que tal tragédia terá sobre a produção de alimentos, visto que o Rio Grande do Sul é um importante produtos alimentício. 

Para se ter uma ideia, o Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de arroz, item presente em quase todos os lares brasileiros. O governo federal já iniciou medidas para conter uma possível inflação no preço de tal alimento. Entenda mais abaixo. 

No entanto, o estado gaúcho é responsável pela produção de outros itens importantíssimos da alimentação brasileira. 

De acordo com dados do Canal Rural, Agriculture Basf e Atlas Socioeconômico do RS, o estado gaúcho possui papel fundamental na produção agrícola brasileira de soja, milho, arroz e trigo. Confira abaixo alguns dados [2023/24] sobre os respectivos alimentos: 

  • Soja: O Rio Grande do Sul está projetado para colher 22,24 milhões de toneladas de soja, que representa uma porcentagem substancial da produção brasileira, dada a estimativa nacional de 154,566 milhões de toneladas.
  • Milho: A produção de milho no estado foi estimada em 5,20 milhões de toneladas. Embora o total nacional seja significativamente maior, o RS contribui com uma parte importante, especialmente considerando sua importância para a alimentação animal e a produção de etanol. 
  • Arroz: O Rio Grande do Sul é um líder indiscutível na produção de arroz no Brasil, cultivando mais de 7,49 milhões de toneladas. 
  • Trigo: Com uma produção de cerca de 3,6 milhões de toneladas por ano, o Rio Grande do Sul também é o maior produtor de trigo do país, o que é crucial para a segurança alimentar brasileira, especialmente no fornecimento de grãos para a produção de farinha

O Governo Lula tem um plano para driblar a inflação do arroz após enchentes no RS 

O Rio Grande do Sul, estado mais meridional do Brasil, responde por 70% da produção nacional de arroz, um dos principais itens da alimentação dos brasileiros. Isso significa que a atual crise climática vivida pelos gaúchos pode impactar fortemente no preço do alimento por conta tanto da perda de parte das cerca 1,6 milhão de toneladas que ainda não foram colhidas, como por problemas de logística ocasionados pelas enchentes. Mas o Governo Lula tem um plano para driblar a inflação do arroz.

De acordo com o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, a ideia é importar até um milhão de toneladas de arroz de países vizinhos como Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia para manter os preços estáveis nas gôndolas dos supermercados. As compras serão feitas por intermédio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e os países foram escolhidos por fazerem parte do Mercosul e serem vizinhos do Brasil, duas características que automaticamente deixam os preços mais acessíveis.

O ministro explicou o plano nesta terça-feira (7) e tentou tranquilizar os produtores nacionais. Garantiu que não irá abrir uma concorrência entre a Conab e os produção regular nacional, mas que busca assegurar que o produto não falte no mercado a fim de evitar a elevação dos preços pela escassez.

O plano consiste em algumas rodadas de leilões de compras. A primeira prevê a aquisição de 200 mil toneladas pela Conab, que faria o trabalho de descascar e empacotar o produto, deixando-o pronto para ser vendido ao consumidor final.

Não há uma previsão de quantas rodadas serão executadas ao todo, o Ministério da Agricultura afirma que serão feitas todas as compras necessárias para que os preços se mantenham estáveis. Fávaro também garantiu que a ação da Conab vai terminar assim que não houver mais perigo de inflação do produto.