O Ozempic, medicamento que voltou a viralizar nos últimos dias devido ao uso para emagrecimento entre famosas, e que chega a ser comercializado por US$ 1.000 nos Estados Unidos, pode ser fabricado por menos de US$ 5 por mês, sugere um estudo.
Produzida por pesquisadores da Universidade de Yale, do Hospital King’s College de Londres e do Médicos Sem Fronteiras, a pesquisa sugere que o custo de produção do Ozempic varia de 89 centavos de dólar a 4,73 dólar por mês, já com uma margem de lucro considerada "justa".
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Os pesquisadores explicam que o processo mais caro da produção é a caneta injetora, que custa US$ 2,83. Seu princípio ativo também tem alto valor por quilo, cerca de 70 mil dólares, mas é utilizado em quantidade mínima por dose do Ozempic. A economista em Yale e co-autora do estudo, Melissa Barber, afirmou, em entrevista ao Bloomberg, que "o lucro é imenso" em cima do produto.
No entanto, apesar de poder ser fabricada com um baixo custo, o medicamento chega a US$ 1.000 por dose nas farmácias dos EUA. No Brasil, o Ozempic pode ser encontrado por R$ 1.100.
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Crescimento da Novo Nordisk
Fabricante das marcas Ozempic e Wegovy, a Novo Nordisk não revela seus custos para a produção dos medicamentos, mas seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento chegaram a 5 bilhões de dólares no último ano.
Já em relação ao seu lucro, em novembro do ano passado, a empresa declarou lucro líquido de 22,48 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 3,18 bilhões) no terceiro trimestre, uma alta de 56% na comparação anual.
Nos últimos dois anos, o valor das ações da Novo Nordisk duplicou. A empresa passou a ser considerada a mais valorizada da Europa, ultrapassando a Nestlé e a controladora da Louis Vuitton. Seu valor, de 431 bilhões de dólares, chega a ser maior que o PIB da Dinamarca US$ 395 bilhões de dólares), país onde foi fundada.
O Ozempic
Originalmente produzido parao o controle da diabete tipo 2, o medicamento começou a ser usado para quem quer emagrecer de forma rápida, representando risco para a saúde. Entre os efeitos colaterais, estão náuseas, vômitos, constipação ou diarreia, cefaleia e sensação de fraqueza. Além disso, o medicamento também pode apresentar, em casos mais graves, inflamação do pâncreas, retinopatia diabética e reações alérgicas.