GOVERNO LULA

Haddad bate martelo sobre cortes e fala da "apreensão" com eleição de Trump

Haddad lembrou da máxima de Celso Amorim sobre Jair Bolsonaro (PL) - de que "a realidade se impõe" - ao se referir às promessas "exacerbadas" de Trump

Fernando Haddad falou sobre cortes no orçamento e a eleição de Trump nos EUA.Fernando Haddad falou sobre cortes no orçamento e a eleição de Trump nos EUACréditos: Diogo Zacarias/MF
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na manhã desta quarta-feira (6) que bateu o martelo com os outros ministros do governo Lula sobre os cortes no orçamento e se pronunciou sobre a "apreensão" com a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Segundo Haddad, os colegas de ministério estão "muito conscientes" sobre a readequação dos investimentos e que agora vai conversar com Lula, que deve levar a proposta a lideranças no Congresso Nacional.

"Os ministros todos estão muito conscientes da tarefa que temos pela frente", afirmou, antes de levar a proposta ao presidente. "A partir da devolutiva, Lula encaminha endereçamento ao Congresso", emendou.

Na conversa com jornalistas, Haddad ainda se pronunciou sobre a vitória de Trump, que poderia causar uma apreensão no mundo.

"Na campanha, foram ditas muitas coisas que causam apreensão o mundo inteiro, então o dia amanheceu mais tenso. Mas entre o que foi dito e o que vai ser feito, a gente sabe que as coisas muitas vezes não se traduz da maneira que foram anunciadas, e o discurso pós vitória não oficial já é um discurso mais moderado do que a campanha", afirmou.

O ministro, no entanto, salientou que até a posse, prevista para janeiro, o governo Lula ainda terá tempo para rever a estratégia econômica e evitar impactos com a mudança na presidência dos EUA.

"Então nós temos que aguardar um pouquinho e cuidar da nossa casa, das finanças, para ser o menos afetado possível qualquer que seja o cenário externo", emendou.

Haddad ainda lembrou da máxima de Celso Amorim sobre Jair Bolsonaro (PL) - de que "a realidade se impõe" - ao se referir às promessas "exacerbadas" de Trump.

"Vamos ver os desdobramentos do governo Trump a partir do ano que vem. Muito do que foi dito na campanha possivelmente vai ser moderado a partir da sociedade, apesar de a vitória ter sido inequívoca também no Parlamento, então ele vai ter muitos graus de liberdade. Mas a vida depois trata de corrigir algumas propostas mais exacerbadas, trata de moderar".