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CEO do Carrefour vai pedir desculpas ao Brasil, diz jornal

Carta já estaria pronta; ministro da Agricultura só aceitará pedido se houver confissão de erro

CEO do grupo francês deve pedir desculpas ao Brasil para resolver criseCréditos: Carrefour/Divulgação
Escrito en ECONOMIA el

O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, deve pedir desculpas ao Brasil pelas declarações a respeito dos requisitos e padrões de venda da carne oriunda do Mercosul. A carta, inclusive, já estaria pronta. 

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No documento, segundo o jornal Valor Econômico, Bompard deve destacar a longa parceria da marca com a indústria frigorífica, uma convivência de 50 anos que seria também um sinal da qualidade do produto brasileiro.

A carta seria entregue ao ministro da Agricultura Carlos Fávaro, que só aceitaria o pedido de desculpas se houver um reconhecimento explícito de que houve um erro na fala do executivo do grupo francês. Quem deve fazer a intermediação é o embaixador do país europeu no Brasil, Emmanuel Lenain.

Em resposta às declarações do CEO do Carrefour, frigoríficos como JBS, Marfrig, Masterboi e Minerva suspenderam o fornecimento de proteínas às unidades da rede. 

Início da crise com o Carrefour

Em 20 de novembro, em uma carta direcionada para Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França (FNSEA), o CEO do grupo francês declarou que, "em solidariedade ao mundo agrícola, o Carrefour se compromete a não comercializar nenhuma carne do Mercosul", fazendo referência ao bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Falou ainda, em postagens em redes sociais, esperar adesão por parte de outras empresas. "Esperamos inspirar outros atores do setor agroalimentar e impulsionar um movimento mais amplo de solidariedade, além do papel da distribuição, que já lidera a luta em favor da origem francesa da carne que comercializa."

Na ocasião, o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa) divulgou nota contestando as declarações de Bompard. "O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos e dos compromissos ambientais brasileiros", apontou o texto do governo brasileiro.