A ministra do Planejamento Simone Tebet (MDB-MS) defendeu uma redução da taxa de juros abaixo de 11,75% até o fim do ano. A chefe da pasta - antes apontada como uma das figuras mais conservadoras na política econômica do governo - tem pressionado o presidente do Banco Central para reduzir a Selic.
Na visão de Tebet, a aprovação do arcabouço, do orçamento, da reforma fiscal e o avanço da base fiscal do governo devem forçar Roberto Campos Neto a baixar os juros.
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“É preciso que nós fechemos o ano com 11,75%, um pouquinho menos, talvez, que isso para que possamos dar um alívio especialmente ao setor do comércio, que precisa contratar empréstimo com crédito mais barato para jogar lá no produto”, disse Tebet em entrevista à Nova Brasil.
“Baixar os juros hoje é praticamente uma unanimidade em relação ao setor produtivo e ao mercado, que entendem, realmente, que nós estamos diante dos maiores juros reais do mundo”, completou a ministra.
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A previsão é que a queda seja de até 0,5 p.p nas próximas reuniões do Copom, acumulando 2 pontos até o fim do ano, como desejado pela chefe da pasta.
Recentemente, figuras do varejo como Luiza Trajano fizeram uma pressão pela redução da Selic, além de setores de dentro do governo. Os cortes na Via Varejo, por exemplo, são um exemplo de como o mercado está pressionado pela alta da taxa de juros na economia brasileira.
Campos Neto dá sinais trocados e não confirma uma redução nos próximos meses. "É natural quando chega neste ponto, sociedade e classe política começam a questionar qual o nível de sacrifício necessário para combater a inflação. Tem de ir no “last mile” [trecho final], que é o mais doloroso, e questionável”, afirmou durante uma palestra na Conferência Anual Julius Baer 2023 nesta semana.
"Temos esse ‘last mile’, não só no Brasil, mas no mundo, é importante perseverar. Ou pode fazer a inflação voltar, tem perda de credibilidade, e o custo da desinflação vai ser maior para a sociedade”, completou Campos Neto.